sábado, 27 de agosto de 2011

De novo

Se caíste em serviço,
Levanta-te e caminha.
Por nada te envergonhes
Começar outra vez vez...
Nem te hu,ilha rogar
Auxílio a um companheiro.
Ainda moras na Terra,
Não no País dos Anjos.
Toma a charrua e lavra
O solo que te espera.
De novo, planta o bem;
Deus te Protejerá.

Pelo espírito de Emmanuel, do livro "O Essencial"
Psicografado por Chico Xavier

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Louvores Recusados


Conta-se no plano espiritual que Vicente de Paulo oficiava num templo aristocrático da França, em cerimônia de grande gala, à frente de ricos senhores coloniais, capitães do mar, guerreiros condecorados, políticos ociosos e avarentos sórdidos, quando, a certa altura da solenidade, se verificou à frente do altar inesperado louvor público.
Velho corsário abeirou-se da sagrada mesa eucarística e bradou contrito:
- Senhor, agradeço-te os navios preciosos que colocaste em meu roteiro. Meus negócios estão prósperos, graças a ti, que me designaste boa presa. Não permitas, ó Senhor, que teu servo fiel se perca de miséria. Dar-te-ei valiosos dízimos. Erguerei uma nova igreja em tua honra e tomo os presentes por testemunhas de meu voto espontâneo.
Outro devoto adiantou-se e falou em voz alta:
- Senhor, minhalma freme de júbilo pela herança que enviaste à minha casa pela morte de meu avô que, em outro tempo, te serviu gloriosamente no campo de batalha. Agora podemos, enfim, descansar sob a tua proteção, olvidando o trabalho e a fadiga.
Seja louvado o teu nome para sempre.
Um cavalheiro maduro, exibindo o rosto caprichosamente enrugado, agradeceu:
- Mestre Divino, trago-te a minha gratidão ardente pela vitória na demanda provincial. Eu sabia que a tua bondade não me desprezaria. Graças ao teu poder, minhas terras foram dilatadas. Construirei por isso um santuário em tua memória bendita, para comemora o triunfo que me conferiste por justiça.
Adornada senhora tomou posição e exclamou:
- Divino Salvador, meus campos da colônia distante, com o teu auxílio, estão agora produzindo satisfatoriamente. Agradeço os negros sadios e submissos que me mandaste e, em sinal de minha sincera contrição, cederei à tua igreja boa parte dos meus rendimentos.
Um homem antigo, de uniforme agaloado, acercou-se do altar e clamou estentórico:
- A ti, Mestre da Infinita Bondade, o meu regozijo pelas gratificações com que fui quinhoado. Os meus latifúndios procedem de tua bênção. É verdade que para preservá-los sustentei a luta e alguns miseráveis foram mortos, mas quem senão tu mesmo colocaria a força em minhas mãos para a defesa indispensável? Doravante, não precisarei cogitar do futuro... De minha poltrona calma, farei orações fervorosas, fugindo ao imundo intercâmbio com os pecadores. Para retribuir-te, ó Eterno Redentor, farei edificar, no burgo onde a minha fortuna domina, um templo digno de tua invocação, recordando-te os sacrifícios na cruz!
Os agradecimentos continuavam, quando Vicente de Paulo, assombrado, reparou que a imagem do Nazareno adquiria vida e movimento...
Extático, viu-se à frente do próprio Senhor, que desceu do altar florido, em pranto.
O abnegado sacerdote observou que Jesus se afastava a passo rápido; contudo, em se sentindo junto dele, cobrou ânimo e perguntou-lhe, igualmente em lágrimas:
- Senhor, por que te afastas de nós?
O Celeste Amigo ergueu para o clérigo a face melancólica e explicou:
- Vicente, sinto-me envergonhado de receber o louvor dos poderosos que desprezam os fracos, dos homens válidos que não trabalham, dos felizes que abandonam os infortunados...
O interlocutor sensível nada mais ouviu. Cérebro em turbilhão, desmaiou, ali mesmo, diante da assembléia intrigada, sendo imediatamente substituído, e, febril, delirou alguns dias, prisioneiro de visões que ninguém entendeu.
Quando se levantou da incompreendida enfermidade, vestiu-se com a túnica da pobreza, trabalhando incessantemente na caridade, até ao fim de seus dias.
Os adoradores do templo, entretanto, continuaram agradecendo os troféus de sangue, ouro e mentira, diante do mesmo altar e afirmaram que Vicente de Paulo havia enlouquecido.

Pelo espírito de Irmão X - do livro Contos e Apólogos
Psicogrado por Chico Xavier

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Evangelho de Jesus - verdadeiro guia para nossa evolução moral

O Espiritismo, sem Evangelho, pode alcançar as melhores expressões de nobreza, mas não passará de atividade destinada a modificar-se ou desaparecer, como todos os elementos transitórios do mundo. 
EMMANUEL.

domingo, 21 de agosto de 2011

9 - VELHOS E MOÇOS



(Continuação da leitura do Livro "Boa Nova" de Humberto de Campos psicografada por Chico Xavier)

Não era raro observar-se, na, pequena comunidade dos discípulos, o entrechoque das opiniões, dentro do idealismo quente dos mais jovens. Muita vez, o séqüito humilde dividia-se em discussões, relativamente aos projetos do futuro.
Enquanto Pedro e André se punham a ouvir os companheiros, com a ingenuidade de seus corações simples e sinceros, João comentava os planos de luta no porvir; Tiago, seu irmão, falava do bom aproveitamento de sua juventude, ao passo que o jovem Tadeu fazia promessas maravilhosas.
– Somos jovens! – diziam – Iremos à Terra inteira, pregaremos o Evangelho às nações, renovaremos o mundo!...
Tão logo o Mestre permitisse, sairiam da Galiléia, pregariam as verdades do reino de Deus naquela Jerusalém atulhada de preconceitos e de falsos intérpretes do pensamento divino. Sentiam-se fortes e bem dispostos. Respiravam a longos haustos e supunham-se os únicos discípulos habilitados traduzir com fidelidade os novos ensinamentos. Por longas horas, questionavam acerca de possibilidades, apresentavam as suas vantagens, debatiam seus projetos imensos. E pensavam consigo: que poderia realizar Simão Pedro, chefe de família e encarcerado nos seus pequeninos, deveres? Mateus não estava igualmente enlaçado por inadiáveis obrigações de cada dia? André e o irmão os escutavam despreocupados, para meditarem apenas quanto às lições do Messias.
Entretanto, Simão, mais tarde chamado o “Zelota”, antigo pescador do lago, acompanhava semelhantes conversações sentindo-se humilhado. Algo mais velho que os companheiros, suas energias, a seu ver, já não se coadunavam com os serviços do Evangelho do Reino. Ouvindo as palavras fortes da juventude dos filhos de Zebedeu, perguntava a si mesmo o que seria de seu esforço singelo, junto de Jesus. Começava a sentir mais fortemente o declínio das forças da vida. Suas energias pareciam descer de uma grande montanha, embora o espírito se lhe conservasse firme e vigilante, no ritmo da vida.
Deixando-se, porém, impressionar vivamente, procurou entender-se com o Mestre, buscando eximir-se das dúvidas que lhe roíam o coração.
***
Depois de expor os seus receios e vacilações, observou que Jesus o fitava, sem surpresa, como se tivesse pleno conhecimento de suas emoções.
- Simão – disse o Mestre com desvelado carinho – poderíamos acaso perguntar a idade de Nosso Pai? E, se fôssemos contar o tempo, na ampulheta das inquietações humanas, quem seria o mais velho de todos nós? A vida, na sua, expressão terrestre, é como uma árvore grandiosa. A infância é a sua ramagem verdejante. A mocidade se constituí de suas flores perfumadas e formosas. A velhice é o fruto da experiência e da sabedoria. Há ramagens que morrem depois do primeiro beijo do Sol, e flores que caem ao primeiro sopro da Primavera. O fruto, porém, é sempre uma bênção do Todo-Poderoso. A ramagem é a esperança, a flor uma promessa, o fruto é realização; só ele contém o doce mistério da vida, cuja fonte se perde no infinito da divindade!...
Ao passo que o discípulo lhe meditava os conceitos, com sincera admiração, Jesus prosseguia, esclarecendo :
– Esta imagem pode ser também a da vida do espírito, na sua radiosa eternidade, apenas com a diferença de que aí as ramagens e as flores não morrem nunca, marchando sempre para o fruto da edificação. Em face da grandeza espiritual da vida, a, existência humana é uma hora de aprendizado, no caminho infinito do Tempo; essa hora minúscula encerra, o que existe no todo. É por isso que ai vemos, por vezes, jovens que falam com uma experiência milenária e velhos sem reflexão e sem e sem esperança.
– Então, Senhor, de qualquer modo, a velhice é a meta do espírito? – Perguntou o discípulo, emocionado.
- Não a velhice enferma e amargurada, que se conhece na Terra, mas a da experiência que edifica o amor e a sabedoria. Ainda aqui, devemos recordar o símbolo da arvore, para reconhecer que o fruto perfeito é a frescura da ramagem e a beleza da flor, encerrando o conteúdo divino do mel e da semente.
Percebendo que o Mestre estendera seus conceitos em amplas imagens simbológicas, o apóstolo voltou a retrair-se em seu caso particular e obtemperou:
– A verdade, Senhor, é que me sinto depauperado e envelhecido, temendo não resistir aos esforços a que se abriga a minhalma, na semeadura da vossa, doutrina santa.
Mas, escuta, Simão – redarguiu-lhe Jesus, com serenidade enérgica – achas que os moços de amanhã poderão fazer alguma coisa sem os trabalhos dos que agora, estão envelhecendo?!... Poderia a árvore viver sem a raiz, a alma sem Deus?! Lembra-te da tua parte de esforço e não te preocupeis com a obra que pertence ao Todo-Poderoso. Sobretudo, não olvides que a nossa tarefa, para dignidade perfeita de nossas almas, deve ser intransponível.
João também será velho e os cabelos brancos de sua fronte contarão profundas experiências. Não te magoe a palestra dos jovens da Terra. A flor, no mundo, pode ser o princípio do fruto, mas pode também enfeitar o cortejo das ilusões. Quando te cerque o burburinho da mocidade, ama os jovens que revelem trabalho e reflexão; entretanto, não deixes de sorrir, igualmente, para os levianos e inconstantes; são crianças que pedem cuidado, abelhas que ainda não sabem fazer o mel. Perdoa-lhes os entusiasmos sem rumo, como se devem esquecer os impulsos de um menino na inconsciência dos seus primeiros dias de vida. Esclarece-os, Simão, e não penses que outro homem pudesse efetuar, no conjunto da obra divina, o esforço que te compete. Vai e tem bom ânimo!... Um velho sem esperança em Deus é um irmão triste da noite; mas eu venho trazer ao imundo as claridades de um dia perene.
Dando Jesus por terminado o seu esclarecimento, Simão, o Zelota, se retirou satisfeito, como se houvesse recebido no coração uma energia nova.
***
Voltando à casa pobre, encontrou Tiago, filho de Cléofas, falando à margem do Lago com alguns jovens, apelando ardentemente para as suas forças realizadoras. Avistando o velho companheiro, o apóstolo mais moço não o ofendeu, porém fez uma pequena alusão à sua idade, para destacar as palavras de sua exortação aos companheiros pescadores. Simão, no entanto, sem experimentar qualquer laivo de ciúme, recordou as elucidações do Mestre e logo que se fez silêncio, ao reconhecer que Tiago estava só, falou-lha com brandura:
– Tiago, meu irmão, será que o espírito tem idade? Se Deus contasse o tempo como nós, não seria êle o mais velho de toda a criação? E que homem do mundo guardará a presunção de se igualar ao Todo-Poderoso? Um rapaz não conseguiria realizar a sua tarefa na Terra, se não tivesse a precedê-lo as experiências de seus pais. Não nos detenhamos na idade, esqueçamos as circunstâncias, para lembrar somente os fins sagrados de nossa vida, que deve ser a edificação do Reino no íntimo das almas.
O filho de Alfeu escutou-lhe as observações singelas e reconheceu que eram ditas com uma fraternidade tão pura, que não lhe chegavam a ferir nem e leve, o coração. Admirando a ternura serena do companheiro e sem esquecer o padrão de humildade que o Mestre cultivava, refletiu um momento e exclamou comovido :
– Tens razão.
O velho apóstolo não esperou qualquer justificativa de sua parte e, dando-lhe um abraço, mostrou-lhe um sorriso bom, deixando percebe que ambos deviam esquecer, para sempre, alquile minuto de divergência, afim de se unirem cada vez mais em Jesus Cristo.
Naquela mesma tarde, quando o Messias começou a ensinar a sabedoria do Reino de Deus, Simão, o Zelota, notou que havia na praia duas criancinhas inconscientes. Dominada pela nova luz que fluía dos ensinamentos do Mestre, a mãe delas não vira que se distanciavam, ao longo do primeiro lençol raso das águas ; o velho pescador, atento à pregação e às demais necessidades da hora em curso, observou os dois pequeninos e acompanhou-os. Com uma boa palavra, tomou-os nos braços, sentando-se numa pedra e, terminada que foi a reunião, os restituiu ao colo maternal, em meio de suave alegria e sincero reconhecimento. Inspirado por uma força estranha à sua alma, o discípulo compreendeu que o júbilo daquela tarde não teria sido completo se duas crianças houvessem desaparecido no seio imenso das águas, separando-se para sempre dos braços amoráveis de sua mãe. No âmago do seu espírito, havia um júbilo sincero. Compreendera com o Cristo o prazer de servir, a alegria de ser útil.
Nessa noite, Simão, o Zelota, teve um sonho glorioso para a sua alma simples. Adormecendo, de consciência feliz, sonhou que se encontrava com o Messias, no cume de um monte que se elevava em estranhas fulgurações. Jesus o abraçou com carinho e lhe agradeceu o fraterno esclarecimento fornecido a Tiago, em sua lembrança, manifestando-lhe reconhecimento pelo seu cuidado terno com duas crianças desconhecidas por amor de seu nome.
O discípulo sentia-se venturoso naquele momento sublime. Jesus, do alto da colina prodigiosa, mostrava-lhe o mundo inteiro. Eram cidades e campos, mares e montanhas... Em seguida, o antigo pescador compreendeu que seus olhos assombrados divisavam as paisagens do futuro. Ao lado de seu deslumbramento, passava a imensa família humana. Tôdas as criaturas fitavam o Mestre, com os olhos agradecidos e refulgentes de amor. As crianças lhe chamavam “amigo fiel”, os jovens “verdade do céu”, os velhos “sagrada esperança”.
Simão acordou, experimentando indefinível alegria. Na manhã imediata, antes do trabalho, procurou o Senhor e beijou-lhe a fímbria humilde da túnica, exclamando jubilosamente :
– Mestre, agora vos compreendo!...
Jesus contemplou-o com amor e respondeu :
– Em verdade, Simão, ser moço ou velho, no mundo, não interessa!... Antes de tudo, é preciso ser de Deus!... 

Comentário do poster: Quando já chegamos a uma certa idade, costumamos dizer: "já estamos muito velhos para começar qualquer trabalho". 
Nessa passagem narrada por Humberto de Campos, Jesus afirma que a idade não influencia quando estamos servindo a Deus. Ele nos convida a ter bom ânimo  e seguir ajudando o próximo. 
Em outro momento Jesus assevera que na velhice o espírito vivencia a experiência que edifica o amor e a sabedoria. 
É válido lembrar que o ciclo vivenciado pelo Espírito na terra, conta com a fase infantil para aprender o certo e o errado com os mais velhos. Na adolescëncia e na idade adulta, o Espírito começa sua jornada para a evolução no trabalho edificante, entretanto, cheio de dúvidas de suas teorias e vida, equivocadas ou não.   Na ancianidade, o Espírito, já com as experiências adquiridas nessa encarnação, pode com muito mais autoridade auxiliar o próximo, basta apenas começar como fez Simeão.

Amor, atitute cristã

"Irradiemos os recursos do amor, através de quantos nos cruzam a senda, para que a nossa atitude se converta em testemunho do Cristo, distribuindo com os outros consolação e esperança, serenidade e fé."
BEZERRA DE MENEZES.

sábado, 20 de agosto de 2011

Jesus, ensinamentos eternos

"A passagem de Jesus pela Terra, os seus ensinamentos e exemplos deixaram traços indeléveis, e a sua influéncia se estenderá pelos séculos vindouros. Ainda hoje Ele preside aos destinos do globo em que viveu, amou, sofreu."
LEON DENIS.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A Escolha do Senhor


Conta-se que alguns apóstolos do bem tanto se ergueram na virtude que, pela extrema, sublimação de suas almas, conseguiram atingir o limiar do Santuário Resplendente do Cristo.
Voltariam ao mundo, no prosseguimento da obra de amor em que se entrosavam, no entanto, convocados pelos poderes angélicos, poderiam excursionar felizes pelas vizinhanças do Lar Divino. Bem-aventurados pela glória e pela bondade, constituíam provisoriamente no Céu toda uma assembleia de beleza e sabedoria.
Missionários ocidentais ostentavam dalmáticas imponentes, lembrando as instituições religiosas a que haviam pertencido, enquanto que os santos do Oriente exibiam túnicas liriais. Veneráveis sacerdotes das igrejas católicas e protestantes confundiam-se com patriarcas judeus e budistas. Admiráveis seguidores de Confúcio e insignes devotos de Maomé entendiam-se uns com os outros. Muito acima das interpretações humanas, tendentes à discórdia, alcançavam, enfim, a suprema união na esfera dos princípios.
Exornava-se cada um com a mensagem simbólica dos templos que haviam representado. Anéis, cruzes, báculos, auréolas, colares, medalhas e outras insígnias preciosas destacavam-se do linho e da púrpura, da seda e do ouro, faiscando ao sol em que se banhavam.
Entretanto, um deles destoava do brilhante conjunto. Era um antigo servidor do deserto que não se filiara a igreja alguma. Ibraim Al-Mandeb fora apenas devotado irmão dos infelizes que vagueavam nas planícies arenosas da Arábia.
Não possuía qualquer sinal que o recomendasse ao respeito e à consideração.  Trazia os pés descalços, em chaga e pó. Na veste rota, mostrava as manchas sanguinolentas das crianças feridas que havia conchegado de encontro ao peito. As mãos magras e hirsutas pareciam forradas em couro de camelo, tão calejadas se achavam no rude trabalho de assistência aos viajantes perdidos. Os cabelos grisalhos e imundos falavam de longas peregrinações sob a tempestade, e o rosto enrugado e rijo era a pesada moldura de dois olhos belos e lúcidos, mas encovados e tristes, guardando pavorosas visões das dores alheias que ele havia socorrido, abnegado e atento.
Isolado no festim, o ancião notou que dois anjos examinavam a assembléia, fazendo anotações num pergaminho celestial.
Depois de analisarem todos os circunstantes, um por um, abeiraram-se dele, estranhando lhe a desagradável presença.
Amigo - interrogou um dos emissários -, a que igreja pertenceste na Terra?
- Para que a pergunta? - inquiriu o forasteiro com humildade.
- O Senhor deseja entender-se com um dos visitantes do Lar Divino e estamos relacionando, por ordem, os nomes daqueles que mais profundamente o amaram no mundo.
- Não se preocupem então comigo! - clamou o anônimo beduíno. - Nunca pude consagrar-me ao culto do Senhor e sinceramente ignoro por que razão fui guindado até aqui, quando não posso ter lugar entre os eleitos da fé.
- Que fizeste entre os homens?
- Que o Senhor me perdoe à ingratidão e a dureza - suspirou o velhinho -, mas o sofrimento de meus irmãos não me deu oportunidade de pensar nele. . . Nunca pude refletir na sublimidade do Paraíso, porque o deserto estava cheio degradação e lágrimas!...
Vendo que o estranho peregrino prorrompera em pranto, o anjo que se mantivera silencioso opinou compreensivo:
- Em verdade, não podemos situar-te na relação dos que amaram o Benfeitor Eterno, mas colocaremos teu nome no pergaminho, como alguém que amou imensamente os semelhantes.
O ancião, mergulhando a cabeça nas mãos ossudas, soluçou reconhecido, enquanto os companheiros presentes comentavam o estranho procedimento daquele que fizera bem sem se lembrar sequer da existência de Deus.
Contudo, depois de longos minutos de expectação, vasto grupo de mensageiros divinos penetrou o átrio engalanado de ores, em  cânticos  de  júbilo,  trazendo  larga  faixa  com  um  nome  grafado  em caracteres de luz.
Era o nome do velho Ibraim Al-Mandeb. Pretendia o Senhor conversar com ele.
                                          
Pelo Espírito de Irmão X – Contos e Apólogos
Psicografado por Chico Xavier


Jesus, sempre

"As palavras de Jesus não passarão, porque serão verda­deiras em todos os tempos. Será eterno o seu código moral, porque consagra as condições do bem que conduz o homem ao seu destino eterno. "
ALLAN KARDEC

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Transformar-se e Amar sempre

"Nunca temais. Tendes os recursos para a transformação do mundo, iniciando-a em vossa modificação interior.  Amai em qualquer circunstância, esse é o dever."

Amélia Rodrigues - do livro Até o fim dos Tempos
psicografia de Divaldo Pereira Franco



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Exemplo para todos os momentos

Em cada situação, o homem pode revelar uma demonstração do Divino Mestre. Jesus forneceu padrões educativos em todas as particularidades da sua passagem pelo mundo. O Evangelho no-lo apresenta nos mais diversos quadros, junto ao trabalho, à simplicidade, ao pecado, à pobreza, à alegria, à dor, a glorificação e ao martírio. Sua atitude, em cada posição da vida, assinalou um traço novo de conduta para os aprendizes.

Emmanuel - do livro Vinha de Luz
psicografado por Chico Xavier

domingo, 14 de agosto de 2011

UNIDADE FAMÍLIA - Parábola do Filho Pródigo


PLANOS DE AULA

Unidade: A FAMÍLIA

Tema : Parábola do filho Pródigo

CONTEÚDO

A família é muito importante para todos nós. Nesta passagem Jesus quis mostrar a multidão que a família é o porto seguro de todos nós.  Quando Jesus fala que o pai fez uma festa para o filho que após errar volta, demonstra que é na família que encontramos as pessoas que nos querem bem. Jesus afirma que o filho era a ovelha perdida que retornou para o rebanho. É na família que encontramos sempre o apoio nas horas difíceis.

OBJETIVO
·       Entender a importância da família em todos os momentos, principalmente nos momentos mais difíceis;
·        Perceber que mesmo errando é na família que encontramos o apoio para recomeçar.


TÉCNICAS:

Atividade Expositiva:  Video da parábola.
                     Material: datashow, computador
Atividade Criativa  :  Pontos positivos, figuras para pintar e completar
                   Material: coração, palavras positivas, figuras para pintar

DESENVOLVIMENTO

1-Prece, Passe;
2-Atividade de harmonização: (Relaxamento em colchonetes) entregar para as crianças carinhas (Feliz, Triste, Raiva) que expressam os sentimentos dela na chegada da atividade, para que elas grudem na camisa;

3-Atividade expositiva: Filme da parábola do filho prodigo. Explicar a importância da família em nossa vida, dando exemplo do pai da parábola que perdoa o filho, pois os familiares através do amor sempre dão apoio uns aos outros.

4- Atividade criativa: distribuir 10 palavras positivas para que as crianças escolham 5 que julguem ser mais importantes para uma famila, após escolher irão colar em um grande coração que representa a familia, depois perguntar se existe algo importante que não estava entre as 10 e também escrever e colar no coração. Desenhos para pintar, jogo dos 7 erros, jogos do caminho.

5- Colocar a música “A família”, para crianças maiores ensinar a letra e para menores só cantar  antes da prece.

6 - Prece, passe e água fluidificada

ANEXOS



VIDEO DA PARÁBOLA









Música: Tua Família

Percebe e entende que os melhores amigos
São aqueles que estão em casa esperando por ti
Acredita nos momentos mais difíceis da vida
Eles sempre estarão por perto, pois só sabem te amar
E se por acaso a dor chegar ao teu lado vão estar
Pra te acolher e te amparar, pois não há nada como o lar
Tua família volta pra ela
Tua família te ama e te esperar para ao teu lado sempre estar
Tua família
Às vezes muitas pedras surgem pelo caminho
Mas em casa alguém feliz te espera pra te amar
Não, não deixe que a fraqueza tire tua visão
Um desejo engana o teu coração
Só Deus não é ilusão
E se por acaso a dor chegar ao teu lado vão estar
Pra te acolher e te amparar, pois não há nada como o lar
Tua família volta para ela
Tua família te ama e te esperar para ao teu lado sempre estar
Tua família volta para ela
Tua família te ama e te esperar para ao teu lado sempre estar
Tua família
Tua família
Nossa família



 
 PALAVRAS POSITIVAS
 
CARINHO
AMOR
ALEGRIA
AMIZADE
 TOLERANCIA
DISCIPLINA
ORGANIZAÇÃO
PROTEÇÃO
RELIGIÃO
EDUCAÇÃO

ATIVIDADES PARA FAZER E PINTAR



sábado, 13 de agosto de 2011

Homenagem aos pais

 "Pai nosso que estais no céu....: ", Jesus há 2000 anos asseverou que Deus é o nosso Pai. Em outra passagem Jesus nos ensina que o amor paternal perdoa e se alegra com a volta do filho pródigo. Em outro momento nos adverte a honrar vosso pai e vossa mãe. Esses são apenas três momentos do Evangelho, dentre tantos outros da vida de Jesus, que nos revelar a importância dos pais para todos nós.
Um dia dos pais com muita PAZ no coração.  
Abraço para todos os pais encarnados e desencarnados.
 

Video "Abraço de Pai"
(Parábola do filho Pródigo)



Capítulo 8 - BOM ÂNIMO


(Continuação da leitura do Livro "Boa Nova" de Humberto de Campos psicografada por Chico Xavier)
 
O apóstolo Bartolomeu foi um dos mais dedicados discípulos do Cristo, desde os primeiros tempos de suas pregações, junto ao Tiberíades. Tôdas as suas possibilidades eram empregadas em acompanhar o
Mestre, na sua tarefa divina. Entretanto, Bartolomeu era triste e, vezes inúmeras, o Senhor o surpreendia em meditações profundas e dolorosas.
Foi, talvez, por isso que, uma noite, enquanto Simão Pedro e sua família se entregavam a inadiáveis afazeres domésticos, Jesus aproveitou alguns instantes para lhe falar mais demoradamente ao coração.
Após uma interrogativa afetuosa e fraternal, Bartolomeu deixou falasse o seu espírito sensível.
-Mestre – exclamou, tìmidamente – não saberia nunca explicar-vos o porquê de minhas tristezas amargurosas. Só sei dizer que o vosso Evangelho me enche de esperanças para o reino de luz que nos espera os corações, além, nas alturas... Quando esclarecestes que o vosso reino não é deste mundo, experimentei uma nova coragem para atravessar as misérias do caminho da Terra, pois, aqui, o selo do mal parece obscurecer as coisas mais puras!... Por toda parte, é a vitória do crime, o jogo das ambições, a colheita dos desenganos!...
A voz do apóstolo se tornara quase abafada pelas lágrimas. Todavia, Jesus fitou-o brandamente e lhe falou, com serenidade:
– A nossa doutrina, entretanto, é a do Evangelho ou da Boa-Nova e já viste, Bartolomeu, uma boa notícia não produzir alegria? Fazes bem, conservando a tua esperança em face dos novos ensinamentos ; mas, não quero senão acender o bom ânimo no espírito dos meus discípulos. Se já tive ocasião de ensinar que o meu reino ainda não é deste mundo, isso não quer dizer que eu desdenhe o trabalho de estendê-la, um dia, aos corações que mourejam na Terra. Achas, então, que eu teria vindo a este mundo, sem essa certeza confortadora? O Evangelho terá de florescer, primeiramente, na alma das criaturas, antes de frutificar para o espírito dos povos. Mas, venho de meu Pai, cheio de fortaleza e confiança, e a minha mensagem lerá de proporcionar grande júbilo a quantos a receberem de coração.
Depois de uma pausa, em que o discípulo o contemplava silencioso, o Mestre continuou :
– A vida terrestre é uma estrada prodigiosa, que conduz aos braços amorosos de Deus. O trabalho é a marcha. A luta comum é a caminhada de cada dia. Os instantes deliciosas da manhã e as horas soturnas de serenidade são os pontos de repouso ; mas, ouve-me bem! Na atividade ou no descanso físico, a oportunidade de urna hora, de uma leve anão, de uma palavra humilde é o convite de Nosso Pai para que semeemos as suas bênçãos sacrossantas. Em geral, os homens abusam desse ensejo precioso para anteporem a sua vontade imperfeita aos desígnios superiores, perturbando a própria marcha. Daí resultam as jornadas mais ásperas obrigatórias para retificação das faltas cometidas, os infrutíferos labores. Em vista destas razões, observamos que os viajares da Terra estão sempre desalentados. Na obcecação de sua vontade própria, ferem a fronte nas pedras da estrada, cerram os ouvidos à realidade espiritual, vendam os olhos com a sombra da rebeldia e passam em lágrimas, em desesperadas imprecações e amargurados gemidos, sem enxergarem a fonte cristalina, a estrela cariciosa do céu, o perfume da flor, a palavra de um amigo, a claridade das experiências que Deus espalhou, para a sua jornada, em todos os aspectos do caminho.
Houve um pequeno intervalo nas considerações afetuosas, depois do que, sem mesmo perceber inteiramente o alcance de suas palavras, Bartolomeu interrogou :
-Mestre, os vossos esclarecimentos dissipam os meus pesares ; mas, o Evangelho exige de nós a fortaleza permanente?
– A verdade não exige, transforma. O Evangelho não poderia reclamar estados especiais de seus discípulos ; porem, é preciso considerar que a alegria, a coragem e a esperança devem ser traços constantes d suas atividades em cada dia. Por que nos firmemos no pesadelo de uma hora, se conhecemos a realidade gloriosa da eternidade com o Nosso Pai?
– E quando os negócios do mundo nos são adversos? E quando tudo parece em. luta contra nós? – Perguntou o pescador, de olhar inquieto.
Jesus, todavia, como se percebesse, inteiramente, a finalidade de suas perguntas, esclareceu cor.i bondade :
– Qual o melhor negócio do mundo, Bartolomeu? Será a aventura que se efetua a peso de ouro, muita vez amordaçando-se o coração e a consciência, para aumentar as preocupações da vida material, ou a iluminação definitiva da alma para Deus, que se realiza tão só pela boa vontade do homem, que deseje marchar para o seu amor, por entre as luzes do caminho? Não será a adversidade nos negócios do mundo um convite amigo para a criatura semear com mais amor, um. Apelo indireto que a arranque às ilusões da Terra para as verdades do reino de Deus?
Bartolomeu guardou aquela resposta no coração, não, todavia, sem experimentar certa estranheza. E logo, lembrando-se de que sua genitora partira, havia pouco tempo, para a sombra do túmulo, interpelou ainda, ansioso :
– Mestre, e não será justificável a tristeza quando perdemos um ente amado?
– Mas, quem estará perdido, se Deus é o Pai de todos nós?... Se os que estão sepultados no lodo dos crimes hão de vislumbrar, um dia, a alvorada da redenção, por que lamentarmos em desespero, o amigo que partiu ao chamado do Todo-Poderoso? A morte do corpo abre as portas de um mundo 'novo para a alma. Ninguém fica verdadeiramente órfão sobre a Terra, como nenhum ser está abandonado, porque tudo é de Deus e todos somos seus filhos. Eis porque todo discípulo do Evangelho tem de ser um semeador de paz e de alegria!...
Jesus entrou em silêncio, como se houvera terminado a sua exposição judiciosa e serena.
E, pois que a hora já ia adiantada, Bartolomeu se despediu. O olhar do Mestre oferecia ao seu, naquela noite, uma luz mais doce e mais brilhante; suas mãos lhe tocaram os ombros, levemente, deixando-lhe uma sensação saiote,r e desconhecida.
***
Embora nascido em Caná da Galiléia, Bartolomeu residia, então, em Dalmanuta, para onde se dirigiu, meditando gravemente nas lições que havia recebido. A noite pareceu-lhe formosa como nunca. No alto, as estrelas se lhe afiguravam as luzes gloriosas do palácio de Judeus à espera das suas criaturas, com hinos de alegria. As águas de Genesaré, aos seus olhos, estavam mais plácidas e felizes. Os ventos brandos lhe sussurravam ao entendimento cariciosas inspirações, como um correio delicado que chegasse do céu.
Bartolomeu começou a recordar as razões de suas tristezas intraduzíveis, mas, com surpresa, não mais as encontrou no campo do coração. Lembrava-se de haver perdido a afetuosa genitora ; refletiu, porém, com mais amplitude, quanto aos desígnios da Providência Divina. Deus não lhe era pai e mãe nos céus? Recordou os contratempos da vida e ponderou que seus irmãos pelo sangue o aborreciam e caluniavam. Entretanto, Jesus não lhe era um irmão generoso e sincero? Passou em revista os insucessos materiais. Contudo, que eram as suas pescarias ou a avareza dos negociantes de Betsaida e de Cafarnaum, comparados à luz do reino de Deus, que êle trabalhava por edificar no coração?'
Chegou a casa pela madrugada. Ao longe, os primeiros clarões do Sol lhe pareciam mensageiros do confôrto celestial. O canto das aves ecoava em seu espírito como notas harmoniosas de profunda alegria. O próprio mugido dos bois apresentava nova tonalidade aos seus ouvidos. Sua alma estava agora. clara, o coração aliviado e feliz.
Ao ranger os gonzos da porta, seus irmãos dirigiram-lhe impropérios, acusando-o de mau filho, de vagabundo e traidor da lei. Bartolomeu, porém, recordou o Evangelho e sentiu que só êle tinha bastante alegria para dar a seus irmãos. Em vez de reagir àsperamente, como de outras vezes, sorriu-lhes com a bondade das explicações amigas. Seu velho pai o acusou, igualmente, escorraçando-o. O apóstolo, no entanto, achou natural. Seu pai não conhecia a Jesus e êle o conhecia. Não conseguindo esclarecê-los, guardou os bens do silêncio e achou-se na posse de uma alegria nova. Depois de repousar alguns momentos, tomou as suas redes velhas e demandou sua barca. Teve para todos os companheiros de serviço uma frase consoladora e amiga. O lago como que estava mais acolhedor e mais belo ; seus camaradas de trabalho, mais delicados e acessíveis. De tarde, não questionou com os comerciantes, enchendo-lhes, aliás, o espírito de boas palavras e de atitudes cativantes e educativas.
Bartolomeu havia convertido todos os desalentos num cântico de alegria, ao sopro regenerador dos ensinamentos do Cristo ; todos o observaram com admiração, exceto Jesus, que conhecía, com júbilo, a nova atitude mental de seu discípulo.
***
No sábado seguinte, o Mestre demandou as margens do lago, cercado de seus numerosos seguidores. Ali, aglomeravam-se homens e mulheres do povo, judeus e funcionários de Antipas, a par de brande número de soldados romanos.
Jesus começou a pregar a Boa-Nova e, a certa altura, contou, conforme a narrativa de Mateus, que – “o reino dos céus é semelhante a um tesouro que, oculto num campo, foi achado e escondido por um homem que, movido de gozo, vendeu tudo o que possuía e comprou aquele campo”.
Nesse instante, o olhar do Mestre pousou sobre Bartolomeu que o contemplava, embevecido ; a luz branda de seus olhos generosos penetrou fundo no íntimo do apóstolo, pela ternura que evidenciava, e o pescador humilde compreendeu a delicada alusão do ensinamento, experimentando a alma leve e satisfeita, depois de haver alijado tôdas as vaidades de que ainda se não desfizera, para adquirir o tesouro divino, no campo infinito da vida.
Enviando a Jesus um olhar de amor e reconhecimento, Bartolomeu limpou uma lágrima. Era a primeira vez que chorava de alegria. O pescador de Dalmanuta aderira, para sempre, aos eternos júbilos do Evangelho do Reino.

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