sábado, 24 de março de 2012

Entendendo - Capítulo 1 - Boa Nova


Entendendo - Capítulo 1 - Boa Nova do livro de Humberto de Campos "Boa Nova" psicografado por Francisco Cândido Xavier
Iniciaremos o estudo acerca do capítulo, relacionando os fatos registrados pelos historiadores encarnados, vale ressaltar que esses fatos são contestados por uns e corroborados por outros. Abaixo, resumo de alguns fatos retirados de vários sites e livros que colocam o período do imperador Augusto como um período de prosperidade para o Império Romano, assim descritos:

"Caio Júlio César Otávio, que se tornou, por adoção, Caio Júlio César Otaviano e posteriormente, César Augusto, nasceu em Roma em 23 de setembro de 63 (a.C.), foi o primeiro imperado romano. Pertencia a uma das famílias mais abastadas da burguesia romana Era sobrinho de Júlio César, então o homem mais poderoso de Roma. O pai, Caio Otávio, foi edil e pretor em Roma e, mais tarde, procônsul na Macedônia. A mãe, Ácia, era sobrinha de César, e este, interessando-se pela carreira do sobrinho-neto, deu-lhe educação aprimorada e o adotou como filho em testamento. Após o assassinato César apresenta-se em Roma disposto a cumprir o testamento do pai adotivo. Designado cônsul, forma o segundo triunvirato (43 a. C.) com Marco António e Lépido. Luta contra Bruto e Cássio, responsáveis da conjura contra César, e vence-os em Filipos (42 a. C.). Após vencer guerra com Sexto Pompeu, na Hispânia, Octávio Augusto e António dividem o Império: Oriente para António e Ocidente para Otávio. Entretanto, havia antagonismo entre Antônio e Otávio, que resultou em guerra, com vitória deste último. A vitória naval de Octávio (31 a. C.) significou o regresso do Império Romano à unidade. Otávio, já dono do poder, introduz importantes reformas na constituição política de Roma e recebe do Senado, o cognome religioso de Augusto, que consagrava sua missão como divina. Organiza a vida política de modo que o Senado compartilhe com o imperador o peso do poder. Otávio não aceitou a ditadura. Temendo ser vítima da mesma sorte de César, abdicou solenemente de todos os poderes extraordinários (exceto o consulado) e propôs um novo regime, de compromisso - o principado - que guardava as formas tradicionais mas correspondia no fundo a uma monarquia de fato. Longe de destruir as antigas magistraturas, assumiu-as quase todas e se fez reeleger cônsul, sem interrupção, até o ano 23 a.C. Na aparência, não passava, então, de um magistrado como os outros. Era apenas o primeiro, isto é, princeps, em autoridade. Na verdade, concentrou todo o poder em suas mãos. A partir do ano 23 a.C., renunciou também ao consulado, guardando apenas a qualidade tribunícia, que lhe foi conferida em caráter vitalício. Morto Lépido, tornou-se pontífice a pedido do povo. Seu poder era, assim, fundado de certo modo no consentimento geral
Restaura a religião e torna-se sumo sacerdote romano. Sob o seu império florescem a paz e a prosperidade. As obras públicas, a reforma moral, a pacificação das fronteiras e os melhoramentos administrativos são algumas das suas iniciativas de êxito. Ele era conservador e austero e fez um governo de ordem e hierarquia. Lutou contra a decadência dos costumes, reorganizou a administração e as forças armadas, tornando-as permanentes e fixando-as nas fronteiras. Saneou igualmente as finanças do estado. Em Roma e na Itália esforçou-se para fazer reviver as virtudes esquecidas das antigas tradições e religião. Deu privilégios aos pais de família e combateu o celibato. Construiu o foro que leva seu nome e, no campo de Marte, ergueu as primeiras termas, o Pantheon e outros templos. Vangloriou-se por ter transformado Roma na "cidade de mármore". Ajudado por Mecenas, favoreceu os escritores: o historiador Tito Lívio, os poetas Horácio, Ovídio e Virgílio são de sua época. Elevaram-se templos à deusa Roma e a Augusto em todo o império.
No que se refere à política exterior, com Augusto inicia-se uma nova era de paz e prosperidade. Pacificou a Espanha e os Alpes, conseguiu a anexação da Galácia e da Judéia e conquistou, graças a Tibério, as terras austríacas do Danúbio, que formaram as províncias de Récia e Vindelícia, apesar de sua campanha na Germânia ter fracassado. Tibério debelou uma insurreição na Ilíria e Varo foi aniquilado com três legiões na floresta de Teutberg.
Augusto tinha uma imagem de um homem simples, consciente que trabalhava duro, Ele não dormia bem, em alguns sentidos era um homem doente. Ele se casou três vezes. Sua terceira esposa foi Lívia Drusilla, que já tinha dois filhos, Tibério e Druso, de um matrimônio anterior. Augusto, por sua vez, tinha uma filha, Júlia, também de um matrimônio anterior. A tentativa de Augusto de conseguir um grande sucessor fracassou, pois seu sobrinho Marcelo morreu jovem. Agripa, cujo casamento com sua filha Júlia ele tinha forçado, morreu em 12 a.C. Os filhos menores de Agripa morreram em 2 e 4 da era cristã. Júlia depois da morte de seu 1º marido foi forçada a casar com seu meio irmão Tibério. Julia então se revelou e passou a ter diferentes amantes, vivia tendo aventuras noturnos, no mesmo fórum onde seu pai havia proposta a lei contra o adultério. Ela viveu uma vida de prostituta. Augusto então decidiu exilá-la por 5 anos para uma ilha, onde não poderia ter contato com vinhos ou homens. Alguns historiadores dizem que Lívia esposa de Augusto e mãe de Tibério, que fez a desgraça de Julia, influenciando o imperador para que seu filho tomasse o poder. Aos 66 anos sua saúde ficou mais debilitada. No inverno, ele vestia muitas túnicas e seu dedo estava dormente e tremia tanto que ele quase não conseguia pegar a pena para escrever. Sem  descendentes diretos após a morte de Júlia, restava Tibério. Adotando-o, Augusto deu-lhe participação cada dia mais ativa nos negócios do Estado. A partir de 13 d.C., Tibério tinha poderes quase iguais aos do imperador. Augusto morreu em Nola, na Compania, em 19 de agosto do ano 14, ao lado de Lívia. Diferentemente dos imperadores que o sucederam, ele morreu em paz na sua cama, aos 76 anos. Nessa época, já era o enteado quem de fato governava Roma.
Em linhas gerais, o seu reinado é um dos mais benéficos para o Império. A obra de Augusto foi imensa, na paz como na guerra. Protetor das artes e das letras, administrador de gênio, adorado como deus por seu povo e pelos povos submetidos, deu a Roma sua idade de ouro. Marcou de tal maneira sua época que esta ficou conhecida como século de Augusto. O mês Agosto foi batizado como Augustus em sua homenagem. Após a morte de Augusto, o senado romano decretou a sua divinização, passando a ser adorado como "Divus Augustus" ("Divino Augusto"), e abrindo um precedente em Roma que seria seguido pela maioria dos seus sucessores. Os quarenta anos do principado de Augusto ficou conhecido como um período de progresso, desenvolvimento e paz interna em Roma, daí o nome Pax Romana."

Os fatos relatados nos primeiros parágrafos pelo espírito de Irmão X[1] vem fazer um resumo histórico da vida de Augusto, no qual ele afirma que a era de Caio Júlio César Otávio, denominado Augusto foi um período de acontecimentos felizes para o Império Romano:
"Os historiadores do Império Romano sempre observaram com espanto os profundos contrastes da gloriosa época de Augusto. Caio Júlio César Otávio chegara ao poder, não obstante o lustre de sua notável ascendência, por uma série de acontecimentos felizes. As mensalidades mais altas da antiga República não acreditavam no seu triunfo. Aliando-se contra a usurpação de Antônio, com os próprios conjurados que haviam praticado o assassínio de seu pai adotivo, suas pretensões foram sempre contrariadas por sombrias perspectivas. Entretanto, suas primeiras vitórias começaram com a instituição do triunvirato e, em seguida, os desastres de Antônio, no Oriente, lhe abriram inesperados caminhos. Como se o mundo pressentisse uma abençoada renovação de valores no tempo, em breve todas as legiões se entregavam, sem resistência, ao filho do soberano assassinado. Uma nova era principiara com aquele jovem enérgico e magnânimo. O grande império do mundo, como que influenciado por um conjunto de forças estranhas, descansava numa onda de harmonia e de júbilo, depois de guerras seculares e tenebrosas.Por toda parte levantavam-se templos e monumentos preciosos. O hino de uma paz duradoura começava em Roma para terminar na mais remota de suas províncias, acompanhado de amplas manifestações de alegria por parte da plebe anônima e sofredora. A cidade dos Césares se povoava de artistas, de espíritos nobres e realizadores. Em todos os recantos, permanecia a sagrada emoção de segurança, enquanto o organismo das leis se renovava, distribuindo os bens da educação e da justiça. No entanto, o inesquecível Imperador era franzino e doente. Os cronistas da época referem-se, por mais de uma vez, às manchas que lhe cobriam a epiderme, transformando-se, de vez em quando, em dardos dolorosos. Otávio nunca foi senhor de uma saúde completa. Suas pernas viviam sempre enroladas em faixas e sua caixa torácica convenientemente resguardada contra os golpes de ar que lhe motivavam incessantes resfriados. Com freqüência, queixava-se de enxaquecas, que se faziam seguir de singulares abatimentos.
Não somente nesse particular padecia o Imperador das extremas vicissitudes da vida humana. Ele, que era o regenerador dos costumes, o restaurador das tradições mais puras da família, o maior reorganizador do Império, foi obrigado a humilhar os seus mais fundos e delicados sentimentos de pai e de soberano, lavrando um decreto de banimento de sua única filha, exilando-a na Ilha de Pandatária, por efeito da sua vida de condenáveis escândalos na Corte, sendo compelido, mais tarde, a tomar as mesmas providências em relação à sua neta. Notou que a companheira amada de seus dias se envolvia, na intimidade doméstica, em contínuas questões de envenenamento dos seus descendentes mais diretos, extermine, assim, na família, a mais angustiosa ansiedade do coração.
Apesar de tudo, seu nome foi dado ao século ilustre que o vira nascer. Seus numerosos anos de governo se assinalaram por inolvidáveis iniciativas. A alma coletiva do Império nunca sentira tamanha impressão de estabilidade e de alegria. A paisagem gloriosa de Roma jamais reunira tão grande número de inteligências. É nessa época que surgem Vergílio, Horário, Ovídio, Salústio, Tito Lívio e Mecenas, como favoritos dos deuses.
Em todos os lugares lavravam-se mármores soberbos, espiendiam jardins suntuosos, erigiam-se palácios e santuários, protegia-se a inteligência, criavam-se leis de harmonia e de justiça, num oceano de paz inigualável. Os carros de triunfo esqueciam, por algum tempo, as palmas de sangue e o sorriso da deusa Vitória não mais se abria para os movimentos de destruição e morticínio. O próprio Imperador, muitas vezes, em presidindo às grandes festas populares, com o coração tomado de angústia pêlos dissabores de sua vida íntima, se. surpreendeu, testemunhando o júbilo e a tranqüilidade geral do seu povo e, sem que conseguisse explicar o mistério daquela onda interminável de harmonia, chorando de comoção, quando, do alto de sua tribuna dourada, escutava a famosa composição de Horácio, onde se destacavam estes versos de imorredoura beleza:
O Sol fecundo, Que com teu carro brilhante Abres e fechas o dia!...
Que surges sempre novo e sempre igual!
Que nunca possas ver Algo maior do que Roma."

Como pudemos analisar até essa parte, Irmão X trata dos fatos históricos, como a maioria dos historiadores já o descrevem, porém, com uma linguagem particular, no qual seus conhecimentos adquiridos na espiritualidade, fazem desses relatos uma mensagem poética desse período da humanidade. 
Nos próximos parágrafos, o autor espiritual começa a nos revelar a importância da era de Augusto para o advento do Evangelho de Jesus, e a não compreensão de sua missão pelos homens terrenos, como revela nesse pequeno trecho "É que os historiadores ainda não perceberam, na chamada época de Augusto, o século do Evangelho ou da Boa Nova. Esqueceram-se de que o nobre Otávio era também homem e não conseguiram saber que, no seu reinado, a esfera do Cristo se aproximava da Terra, numa vibração profunda de amor e de beleza. Acercavam-se de Roma e do mundo não mais espíritos belicosos, como Alexandre ou Aníbal, porém outros que se vestiriam dos andrajos dos pescadores, para servirem de base indestrutível aos eternos ensinos do Cordeiro. Imergiam nos fluidos do planeta os que preparariam a vinda do Senhor e os que se transformariam em seguidores humildes e imortais dos seus passos divinos."
No parágrafo seguinte, Irmão X nos fala de uma época onde havia uma transformação na psicosfera daquele povo, para se preparar para a chegada de Jesus, "Sublime Emissário", assim relatado: "É por essa razão que o ascendente místico da era de Augusto se traduzia na paz e no júbilo do povo que, instintivamente, se sentia no limiar de uma transformação celestial. Ia chegar à Terra o Sublime Emissário. Sua lição de verdade e de luz ia espalhar-se pelo mundo inteiro, como chuva de bênçãos magníficas e confortadoras."

Nesse trecho: "A Humanidade vivia, então, o século da Boa Nova. Era a “festa do noivado” a que Jesus se referiu no seu ensinamento imorredouro. Depois dessa festa dos corações, qual roteiro indelével para a concórdia dos homens, ficaria o Evangelho como o livro mais vivaz e mais formoso do mundo, constituindo a mensagem permanente do céu, entre as criaturas em trânsito pela Terra, o mapa das abençoadas altitudes espirituais, o guia do caminho, o manual do amor, da coragem e da perene alegria.",
A passagem de Jesus a que Irmão X se refere e a de João capítulo 2: versículo de 1 a 11.

1 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, e estava ali a mãe de Jesus; 2 e foi também convidado Jesus com seus discípulos para o casamento. 3 E, tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm vinho. 4 Respondeu-lhes Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. 5 Disse então sua mãe aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser. 6 Ora, estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas. 7 Ordenou-lhe Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. 8 Então lhes disse: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E eles o fizeram. 9 Quando o mestre-sala provou a água tornada em vinho, não sabendo donde era, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água, chamou o mestre-sala ao noivo 10 e lhe disse: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. 11 Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.

De forma simbólica, acredito que Irmão X faz uma analogia ao vinho bom servido no fim da festa, assim depois das dificuldades dos tempos belicosos, a boa nova trazia a mensagem de amor, de coragem e de alegria.

No trecho, "E, para que essas características se conservassem entre os homens, como expressão de sua sábia vontade, Jesus recomendou aos seus apóstolos que iniciassem o seu glorioso testamento com os hinos e os perfumes da Natureza, sob a claridade maravilhosa de uma estrela a guiar reis e pastores à manjedoura rústica, onde se entoavam as primeiras notas de seu cântico de amor, e o terminassem com a luminosa visão da Humanidade futura, na posse das bênçãos de redenção. É por esse motivo que o Evangelho de Jesus, sendo livro do amor e da alegria, começa com a descrição da gloriosa noite de Natal e termina com a profunda visão da Jerusalém libertada, entrevista por João, nas suas divinas profecias do Apocalipse.", Irmão X nos mostra a sequencia da passagem de Jesus pela Terra, começando pelo seu nascimento na manjedoura e findando no Apocalipse de João. O autor finaliza o capítulo da Boa Nova nos falando que o Evangelho é mensagem de amor que nos levará as bênçãos da redenção.

Essas considerações são provenientes de um estudante espiritista que tentou entender esse capítulo a luz de seu entendimento. Qualquer ratificação e retificação será bem vinda.

Assinado o Poster.


[1]  Neste livro o espírito de Humberto de Campos ainda não tinha adotado o pseudônimo de Irmão X, só o fazendo depois que sua família entrou na Justiça contra a utilização de seu nome em livros editados pela Federação Espírita Brasileira (FEB).

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