quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Objetivo da Encarnação - Questão 132 - Livro dos Espíritos



132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.

"As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra? - “Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição.” (Livro dos Espíritos Q- 172)
"Para chegar à perfeição e à suprema felicidade, destino final de todos os homens, tem o Espírito que passar pela fieira de todos os mundos existentes no Universo? - “Não, porquanto muitos são os mundos correspondentes a cada grau da respectiva escala e o Espírito, saindo de um deles, nenhuma coisa nova aprenderia nos outros do mesmo grau.” (Livro dos Espíritos Q- 177)
"Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos? - É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos." (Livro dos Espíritos Q- 181)
"Desde o início de sua formação, goza o Espírito da plenitude de suas faculdades? -  Não, pois que para o Espírito, como para o homem, também há infância. Em sua origem, a vida do Espírito é apenas instintiva. Ele mal tem consciência de si mesmo e de seus atos. (O Livro dos Espíritos - q. 189)
"Qual o estado da alma na sua primeira encarnação? - O da infância na vida corporal. A inteligência então apenas desabrocha: a alma se ensaia para a vida.” (Livro dos Espíritos Q- 190)
"O progresso material de um planeta acompanha o progresso moral de seus habitantes. Ora, sendo incessante, como é, a criação dos mundos e dos Espíritos e progredindo estes mais ou menos rapidamente, conforme o uso que façam do livre-arbítrio, segue-se que há mundos mais ou menos antigos, em graus diversos de adiantamento físico e moral, onde é mais ou menos material a encarnação e onde, por conseguinte, o trabalho, para os Espíritos, é mais ou menos rude. Deste ponto de vista, a Terra é um dos menos adiantados. Povoada de Espíritos relativamente inferiores, a vida corpórea é aí mais penosa do que noutros orbes, havendo-os também mais atrasados, onde a existência é ainda mais penosa do que na Terra e em confronto com os quais esta seria, relativamente, um mundo ditoso." (A Gênese, cap. XI, item 27).
"Quando, em um mundo, os Espíritos hão realizado a soma de progresso que o estado desse mundo comporta, deixam-no para encarnar em outro mais adiantado, onde adquiram novos conhecimentos e assim por diante, até que, não lhes sendo mais de proveito algum a encarnação em corpos materiais, passam a viver exclusivamente da vida espiritual, em a qual continuam a progredir, mas noutro sentido e por outros meios. Chegados ao ponto culminante do progresso, gozam da suprema felicidade. Admitidos nos conselhos do Onipotente, conhecem-lhe o pensamento e se tornam seus mensageiros, seus ministros diretos no governo dos mundos, tendo sob suas ordens os Espíritos de todos os graus de adiantamento.
Assim, qualquer que seja o grau em que se achem na hierarquia espiritual, do mais ínfimo ao mais elevado, têm eles suas atribuições no grande mecanismo do Universo; todos são úteis ao conjunto, ao mesmo tempo que a si próprios. Aos menos adiantados, como a simples serviçais, incumbe o desempenho, a princípio inconsciente, depois, cada vez mais inteligente, de tarefas materiais. Por toda parte, no mundo espiritual, atividade, em nenhum ponto a ociosidade inútil." (A Gênese, cap. XI, item 28).
 "Quando a Terra se encontrou em condições climáticas apropriadas à existência da espécie humana, encarnaram nela Espíritos humanos. Donde vinham? Quer eles tenham sido criados naquele momento; quer tenham procedido, completamente formados, do espaço, de outros mundos, ou da própria Terra, a presença deles nesta, a partir de certa época, é um fato, pois que antes deles só animais havia. Revestiram-se de corpos adequados às suas necessidades especiais, às suas aptidões, e que, fisiologicamente, tinham as características da animalidade. Sob a influência deles e por meio do exercício de suas faculdades, esses corpos se modificaram e aperfeiçoaram: é o que a observação comprova..." (A Gênese, cap. XI, item 29)
 "Conquanto devessem ser pouco adiantados os primeiros que vieram, pela razão mesma de terem de encarnar em corpos muito imperfeitos, diferenças sensíveis haveria decerto entre seus caracteres e aptidões. Os que se assemelhavam,naturalmente se agruparam por analogia e simpatia.
Achou-se a Terra, assim, povoada de Espíritos de diversas categorias, mais ou menos aptos ou rebeldes ao progresso. Recebendo os corpos a impressão do caráter do Espírito e procriando-se esses corpos na conformidade dos respectivos tipos, resultaram daí diferentes raças, quer quanto ao físico, quer quanto ao moral (nº 11). Continuando a encarnar entre os que se lhes assemelhavam, os Espíritos similares perpetuaram o caráter distintivo, físico e moral, das raças e dos povos, caráter que só com o tempo desaparece, mediante a fusão e o progresso deles. "(Revue Spirite, julho de 1860, página 198: “Frenologia e Fisiognomonia”.) (A Gênese, cap. XI, item 30).
 "Há, de fato, como já foi dito, mundos que servem de estações ou pontos de repouso aos Espíritos errantes? - Sim, há mundos particularmente destinados aos seres errantes, mundos que lhes podem servir de habitação temporária, espécies de bivaques, de campos onde descansem de uma demasiado longa erraticidade, estado este sempre um tanto penoso. São, entre os outros mundos, posições intermédias, graduadas de acordo com a natureza dos Espíritos que a elas podem ter acesso e onde eles gozam de maior ou menor bem-estar.” (Livro dos Espíritos, Q-234).
"Enquanto permanecem nos mundos transitórios, os Espíritos progridem? - Certamente. Os que vão a tais mundos levam o objetivo de se instruírem e de poderem mais facilmente obter permissão para passar a outros lugares melhores e chegar à perfeição que os eleitos atingem.” (Livro dos Espíritos, Q-235).
"Esses mundos são ao mesmo tempo habitados por seres corpóreos? - Não; estéril é neles a superfície. Os que os habitam de nada precisam.” (Livro dos Espíritos, Q-236 a)
"(...) Durante os lentos períodos de transição que as camadas geológicas atestam, antes mesmo da formação dos primeiros seres orgânicos, naquela massa informe, naquele árido caos, onde os elementos se achavam em confusão, não havia ausência de vida. Seres isentos das nossas necessidades, das nossas sensações físicas, lá encontravam refúgio." (Livro dos Espíritos, Q-236 nota)
"A superioridade da inteligência, em grande número dos seus habitantes, indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação dos Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador." (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III, item 13)
"Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados." ( O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III, item 14)
"Dissestes (questão 190) que o estado da alma do homem, na sua origem, corresponde ao estado da infância na vida corporal, que sua inteligência apenas desabrocha e se ensaia para a vida. Onde passa o Espírito essa primeira fase do seu desenvolvimento?  - Numa série de existências que precedem o período a que chamais Humanidade.” (O Livro dos Espíritos - q. 607)
"...Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida, conforme acabamos de dizer. É, de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos...” (O Livro dos Espíritos - q. 607 a)
"Esse período de humanização principia na Terra? - A Terra não é o ponto de partida da primeira encarnação humana. O período da humanização começa, geralmente, em mundos ainda inferiores à Terra. Isto, entretanto, não constitui regra absoluta, pois pode suceder que um Espírito, desde o seu início humano, esteja apto a viver na Terra. Não é frequente o caso; constitui antes uma exceção.” (O Livro dos Espíritos - q. 607 b)

"Já se vos há falado de mundos onde a alma recém-nascida é colocada, quando ainda ignorante do bem e do mal, mas com a possibilidade de caminhar para Deus, senhora de si mesma, na posse do livre-arbítrio. Já também se vos revelou de que amplas faculdades é dotada a alma para praticar o bem. Mas, ah! há as que sucumbem, e Deus, que não as quer aniquiladas, lhes permite irem para esses mundos onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, regeneram e voltam dignas da glória que lhes fora destinada."(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III, item 16).
 "No regaço do tempo, os Arquitetos Divinos auxiliam a consciência fragmentária na construção do cérebro, o maravilhoso ninho da mente, necessitada de mais ampla exteriorização. (...) assim que, atingindo os alicerces da Humanidade, o corpo espiritual do homem infraprimitivo demora-se longo tempo em regiões espaciais próprias, sob a assistência dos Instrutores do Espírito, recebendo intervenções sutis nos petrechos da fonação para que a palavra articulada pudesse assinalar novo ciclo de progresso. (...) Valendo-se dessa instituição de permuta constante, as Inteligências Divinas dosam os recursos da influência e da sugestão e convidam o Espírito terrestre ao justo despertamento na responsabilidade com que lhe cabe conduzir a própria jornada (...) Desligado lentamente dos laços mais fortes que o prendiam às Inteligências Divinas, a lhe tutelarem o desenvolvimento, para que se lhe afirmem as diretrizes próprias, sente-se sozinho, esmagado pela grandeza do Universo. (...) Com o advento da responsabilidade que o separara da orientação direta dos Benfeitores da Vida Maior, entregou-se o homem a múltiplos tentames de progresso no campo do espírito. (André Luiz - Evolução em Dois Mundos - cap. 10 e 11)

"Atingindo o ponto de preparação para entrarem no reino humano, os Espíritos se preparam, de fato, em mundos ad hoc, para a vida espiritual consciente, independente e livre. A vontade do Soberano Senhor lhes dá a consciência de suas faculdades e, por conseguinte, de seus atos, consciência que produz o livre-arbítrio, a vida moral, a inteligência independente e capaz de raciocínio, a responsabilidade.
Sobre esses mundos ad hoc, onde os Espíritos, ou melhor, os Princípios Espirituais se preparam para a vida consciente, André Luiz dá rápidas notícias em seu livro "Libertação", ao descrever determinada cidade espiritual situada nas regiões umbralinas. Diz ele, a certa altura, reproduzindo elucidações de um Instrutor: "Milhares de criaturas, utilizadas nos serviços mais rudes da natureza, movimentavam-se nestes sítios em posição infraterrestre. A ignorância, por ora, não lhes confere a glória da responsabilidade. Em desenvolvimento de tendências dignas, candidatam-se à humanidade que conhecemos na Crosta. Situam-se entre o raciocínio fragmentário do macacóide e a ideia simples do homem primitivo na floresta. Afeiçoam-se a personalidades encarnadas ou obedecem, cegamente, aos Espíritos prepotentes que dominam em paisagens como esta. Guardam, enfim, a ingenuidade do selvagem e a fidelidade do cão. O contacto com certos indivíduos inclina-os ao bem ou ao mal e somos responsabilizados, pelas Forças Superiores que nos governam, quanto ao tipo de influência que exercemos sobre a mente infantil de semelhantes criaturas." (Espírito Áureo - Hernani T. Sant’Anna, Universo e Vida - cap. III)
"Depois de haver passado por todas essas espécies intermédias, ela permanece ainda longo tempo, cuja duração não sois igualmente capazes de calcular, na fase preparatória da sua entrada na humanidade, fase esta da qual, pela vontade do Senhor e mediante uma transformação completa, sai o Espírito formado, com inteligência independente, livre e responsável. (...) Tudo, tudo, na grande unidade da Criação, nasce, existe, vive, funciona, morre e renasce para harmonia do Universo, sob a ação espírita universal que, à sua vez, se exerce, pela vontade de Deus e segundo as leis naturais e imutáveis que ele estabeleceu desde toda eternidade, mediante as aplicações e apropriações dessas leis. (...) Sim, vós, nós, todos, todos, exceto aquele que foi e será desde e por toda a eternidade, todos fomos, na nossa origem, essência espiritual, princípio de inteligência, Espírito em estado de formação; todos hemos passado por essas metamorfoses, por essas transfigurações e transformações da matéria, para chegarmos à condição de Espírito formado, de inteligência independente, capaz de raciocínio, com a consciência da sua vontade, das suas faculdades e de seus atos, por efeito do livre-arbítrio; à condição de criatura independente, livre e responsável."  (Espírito Áureo - Hernani T. Sant’Anna, Universo e Vida - cap. IV - Consciência e Responsabilidade)
"Depois de haver passado pela matéria animal, chegando a um certo grau de desenvolvimento, o Espírito, antes de entrar na vida espiritual, precisa permanecer num estado misto. Eis por que e como se opera essa estagnação, sob a direção e a vigilância dos Espíritos prepostos. Para entrar na vida ativa, consciente, independente e livre, o Espírito tem necessidade de se libertar inteiramente do contacto forçado em que esteve com a carne, de esquecer as suas relações com a matéria, de se depurar dessas relações. É nesse momento que se prepara a transformação do instinto em inteligência consciente. Suficientemente desenvolvido no estado animal, o Espírito é, de certo modo, restituído ao todo universal, mas em condições especiais: é conduzido aos mundos ad hoc, às regiões preparativas, pois que lhe cumpre achar o meio onde se elaboram os princípios constitutivos do perispírito." (Espírito Áureo - Hernani T. Sant’Anna, Universo e Vida - cap. IV - Consciência e Responsabilidade)
"É então que os altos Espíritos que presidem à educação dos que se encontram assim no estado de simplicidade, de ignorância, de inocência, os encaminham para as esferas fluídicas onde deverão ficar durante o seu desenvolvimento moral e intelectual até o momento em que se achem no uso completo de suas faculdades e, portanto, em condições de escolher o caminho pelo qual enveredem. Seguem-se as fases da infância: os guias protetores ensinam ao Espírito o que é o livre-arbítrio que Deus lhes concede, explicam o uso que dele pode fazer e o concitam a se ter em guarda contra os escolhos com que venha a se deparar. O reconhecimento e o amor devidos ao grande Ser constituem o objeto da primeira lição que o Espírito recebe. Levam-no depois, gradualmente, ao estudo dos fluidos que o cercam, das esferas que descortina. Conduzido por seus prudentes guias, passa às regiões onde se formam os mundos, a fim de lhes estudar os mistérios. Desce, enfim, às regiões inferiores, a fim de aprender a dirigir os princípios orgânicos de tudo o que é, em qualquer dos reinos da Natureza. Daí vai a esferas mais elevadas, onde aprende a dirigir os fenômenos atmosféricos e geológicos que observais sem compreender. Assim é que, de estudo em estudo, de progresso em progresso, o Espírito adquire a ciência que, infinita, o aproximará do Mestre supremo." (Espírito Áureo - Hernani T. Sant’Anna, Universo e Vida - cap. IV - Consciência e Responsabilidade)

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