Quando os astronautas da primeira nave tripulada que
pousou na lua, em julho de 1969, retornaram à Terra, lá deixaram, entre os
muitos objetos, uma placa gravada com o Salmo nº 8, de David cujo primeiro
versículo enuncia: "Ó Senhor, Senhor Nosso, quão admirável é o Teu nome em
toda a Terra, pois puseste a Tua glória sobre os céus!", em inequívoco
atestado de respeito à grandeza e majestade de Deus.
Não obstante cultivando a Paternidade Divina, o homem
atira-se, enceguecido, na busca desenfreada dos prazeres, subjugado por
inqualificável egoísmo, que o infelicita inexoravelmente, apresentando
comportamento antípoda à sua expressão de fé teorizada.
Os sucessivos e intermináveis desastres que vem
sofrendo, ainda não lograram despertá-lo em definitivo para as salutares realizações
interiores, forjadas nos princípios éticos do Cristianismo sob qualquer aspecto
considerado insuperável. As disputas armadas, o extermínio sistemático, o
despotismo cruel, a torpe escravidão, as ambições desenfreadas, a problemática
da fome, o esvaziamento dos ideais superiores, a corrupção de toda natureza sofreram,
no Sermão da Montanha, a mais terrível derrota quando Jesus exaltou os
legítimos programas e aspirações que devem constituir para o espírito humano
meio e meta, a fim de atingir a felicidade que almeja.
O desprezo e a desconsideração constantes a esse
código há custa do prolongamento das dores entre as criaturas, o desespero que
grassa, ininterrupto, ceifando as jovens promessas do futuro, em florações que
não alcançam a glória ditosa da frutificação... surgem os arremedos de culto a
Satã, a modernização de espírito cristão em conciliábulos vexatórios com os
instigadores do rebaixamento moral do homem, em aberrantes espetáculos de
pesquisa, dita religiosa, nos Templos, nos Teatros, nas Televisões, nos Cinemas,
nas ruas, atentando, sob o beneplácito da acomodação quase generalizada, contra
os veros postulados da Fé, do Amor, da Paz que ressumbram da Boa Nova,
conspurcada na vivência atual, mas sublime na sua legitimidade intrínseca,
ainda não atingida pela grande mole humana... Ciclo transitório o destes dias
de demolição pertinaz, é a madrugada do período feliz que se avizinha promissor.
Aos espíritas sinceros cabe o relevante labor de
construir sobre os escombros morais da atualidade, o homem integral, conforme as
características do Evangelho, homem protótipo da Humanidade ditosa do porvir.
Consubstanciando o verbo divino nas atitudes, o cristão novo se deve aplicar ao
indeclinável ministério da ação elevada, atualizando os postulados evangélicos
na vivência diária, de tal modo, que os cultivadores da insensatez e da perturbação,
após os incessantes tormentos que os vergastam, permitam-se a terapêutica
salutar de Jesus-Cristo, o Médico Divino de todos nós. Inspirando-nos
consoladores enunciados do Evangelho, verdadeiro e inesgotável celeiro de
bênçãos, donde se podem retirar as mais proveitosas e ricas dádivas de luz,
escrevemos as páginas que constituem o presente livro, pensando nos companheiros
encarnados que defrontam situações difíceis e complexas, a fim de sugerir-lhes[1] apontamentos e
diretrizes que talvez lhes não ocorram, nos “momentos graves” da existência planetária.
São reflexões demoradas, realizadas do lado de cá, ante as conjunturas da
evolução, em que todos nos encontramos envolvidos, ansiosos como nos sentimos
de alcançar a paz e a alegria no reino dos Céus, reservadas aos que triunfarem
sobre as próprias imperfeições. Esperando haver conseguido fazer o melhor ao
nosso alcance, rogamos ao Senhor que nos abençoe os propósitos superiores e nos
ajude na difícil escalada do monte da redenção, em cujos cimos Ele nos espera,
após toda dor, toda fadiga, toda aflição.
Joanna de Ângelis
Salvador,
15 de agosto de 1973.
[1] Diversas mensagens dentre as
que se enfeixam nesta Obra, foram, oportunamente, publicadas em vários órgãos
da imprensa leiga e espírita, aqui reaparecendo, refundidas por nós própria,
para melhor harmonia de conjunto (Nota da Autora espiritual).
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