quinta-feira, 13 de outubro de 2011

POSFÁCIO


             O Evangelho – a nova ou  a  boa nova –  é a mais expressiva  história de  uma vida, através de outras vidas, iluminando a vida de todos os homens. É a história de um Homem que se levanta na História e faz-se maior do que a História,  dividindo-a  com o Seu  nascimento,  de  modo  a constituir-se  o  marco rutilante dos fastos do pensamento universal.
Esta, a mais significativa história jamais narrada, encontra-se, todavia, sintetizada em “O Novo Testamento”, modesta Obra de pouco mais de trezentos e cinquenta páginas. Grafada por duas testemunhas pessoais de todos os acontecimentos, Mateus e João, e confirmada pelos depoimentos de outras que conviveram com Ele, tais como Pedro – que pede a Marcos escrevê-la para os romanos recém-convertidos – e Lucas, que recolhe de Paulo, o chamado da estrada de Damasco, de  Maria, Sua Mãe, de Joana de Cusa, de  Maria  de Magdala  e de outros,  escrevendo,  para  grande massa  dos  gentios  conversos. Outros depoimentos de conhecedores e participantes diretos reaparecem nas Epístolas para culminarem na visão do Apocalipse.
Ao todo, vinte e sete pequenos livros constituídos por duzentos capítulos e sete mil novecentos e cinquenta e sete versículos, em linguagem simples: quatro narrativas evangélicas, um Atos do Apóstolos (atribuído a Lucas), quatorze epístolas de Paulo, uma de Tiago Menor, duas de Pedro, três de João, uma de Judas (Tadeu) e o Apocalipse de João.
Discutidas e examinadas séculos a fio foram, no entanto,  fixadas  pelo  Concílio  de Trento (1545-1553), que lhes  reconheceu  autenticidade,  após  compulsados  os  documentos  históricos,  constituídos  pelos fragmentos das primeiras cópias manipuladas pelos  cristãos decididos  dos dias seguintes aos discípulos que fundaram as Igrejas então  crescentes...
Embora as pequenas variantes de narrativas, o que lhes dá o testemunho inconteste da opinião pessoal dos escritores – através dos quatro evangelistas, a história do Filho do Homem é uma só.
Mateus (Levi) escreveu-a para os israelitas que se cristianizavam, comparando a Boa Nova com os textos antigos e utilizando-se das figuras comuns ao pensamento hebreu.
Marcos (também chamado de João), filho de Maria, de Jerusalém, em  cujo  lar  os  cristãos  se reuniam  e  onde  o  apóstolo  Pedro,  libertado  do  presídio,  se  acolheu,  que  conheceu  de  perto  as  lides apostólicas junto a Paulo e Barnabé, dos quais se afastou em Perge, na Panfília, retornando a Jerusalém, tendo sido convocado mais  tarde pelo  próprio Pedro, à sementeira em Roma,  em cuja  ocasião grafou a sua narrativa.
Lucas, recém-convertido por Paulo, residiu em Cesaréia, no lar do  diácono Felipe de quem emocionado, escutou a narrativa oral dos  acontecimentos, bem  como,  em Jerusalém  ouviu  os mesmos fatos  contados  por  Tiago  Menor.  Erudito, nascido  em  Atióquia,  de  cultura  helênica,  é  o  narrador deslumbrado e comovido dos feitos e palavras de Jesus. É o mais  lindo  dos  quatro  Evangelhos, impregnado da mansuetude do Cordeiro.  Escrevendo ao excelente Teófilo, é dedicado à grande rei dos gentios, arrebatado pelo verbo candente de Paulo, seu mestre. Prosseguirá escrevendo, mais tarde, os Atos dos Apóstolos com seu inconfundível estilo.
João, o discípulo amado, místico por excelência, escreveu para os cristãos que já conheciam a Mensagem com segurança. Aprofundou a sonda reveladora e se adentrou no colóquio do Mestre com Nicodemos, sobre o novo renascimento, de cujo colóquio possivelmente, participara como ouvinte. Começa o seu estudo com a transcendente questão do Verbo e o  encerra  no Apocalipse com a fulgurante visão medianímica de Jerusalém libertada. O seu, é o Evangelho espiritual.
Escritos inicialmente na língua falada por Jesus, o arameu, excetuando-se provavelmente Lucas, logo foram traduzidos para o grego, corporificando o pensamento do Mestre, que se dilataria por toda a Terra...
A mais comovente história que já se escreveu.
O maior amor que o mundo conheceu.
O exemplo mais fecundo que jamais existiu.
A vida de Jesus é o permanente apelo à mansidão, à dignidade ao amor, à verdade.
Amá-lO é começar a vivê-lo.
Conhecê-lO é plasmá-lO na mente e no coração.
A vida que comporta a história da nossa vida eis a Vida de Jesus!
A perene alegria, a boa mensagem de júbilo eis o Evangelho!

Pelo Espírito de Amélia Rodrigues – Primícias do Reino
Psicografado por Divaldo Franco

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