Pelo Espírito Emmanuel.
Livro Família.
Psicografia de
Francisco Cândido Xavier.
“Por maiores sejam os compromissos que te
prendam a obrigações dilatadas, na esfera dos negócios ou na vida social,
consagrarás à família as atenções necessárias.
Lembrar-te-ás de que o lar não é tão somente o
refúgio que o arquiteto te planejou, baseando estudos e cálculos nos recursos
do solo.
Encontrarás nele o templo de corações, em que
as Leis de Deus te situam transitoriamente o Espírito, a fim de que aprendas as
ciências da alma no internato doméstico.
“Honrarás teu pai e tua mãe…” proclama a
Escritura e daí se subentende que precisamos também dignificar nossos filhos.
Ainda mesmo se eles, depois de adultos, não nos
puderem compreender nada impede venhamos a entendê-los e auxiliá-los, tanto
quanto nos seja possível, sem que por isso necessitemos coartar os planos
superiores de serviço que nos alimente o coração.
Reconhecendo o débito irresgatável para com
teus pais, os benfeitores que te entreteceram no mundo a felicidade do berço,
darás aos seus filhos, com a luz do exemplo no dever cumprido, a devida
oportunidade para a troca de impressões e de experiências.
Se ainda não consegues ofertar-lhes o culto do
Evangelho em casa, asserenando-lhes as perguntas e ansiedades com os
ensinamentos do Cristo, não te esqueças do encontro sistemático em família,
pelo menos semanalmente, a fim de atender-lhe as necessidades da alma.
Detém-te a registrar-lhes as indagações
infanto-juvenis, louva-lhes os projetos edificantes e estimula-lhes o ânimo à
prática do bem.
Não abandones teus filhos à onda perigosa das
paixões insofreadas, sob o pretexto de garantir-lhes personalidade e emancipação.
Ajuda-os e habilita-os espiritualmente para a
vida de hoje e de amanhã. Sobretudo, não adies o momento de falar-lhes e de
ouvi-los, pois à hora da tormenta de provações, na viagem da Terra, se abate,
mais dia menos dia, sobre a fronte de cada um, por teste de resistência moral,
na obra de melhoria e resgate, elevação e aprimoramento em que nos achamos
empenhados.
Preserva no aviso e na instrução, no carinho e
na advertência, enquanto o ensejo te favorece, porquanto muito dificilmente
conseguiremos escutar-nos uns aos outros por ocasião de tumulto ou tempestade,
e ainda porque ensinar equilíbrio, quando o desequilíbrio já se instalou,
significa, na maioria das vezes, trabalho fora de tempo ou auxílio tarde
demais.”
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