ESTUDO APROFUNDADO DA DOUTRINA ESPÍRITA (EADE)
LIVRO II - PARTE I
PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS
MÓDULO
II
ROTEIRO
7: Instrução aos discípulos (*)
“Tendo
reunido os doze apóstolos, Jesus lhes deu poder sobre os Espíritos impuros, a
fim de que os expulsassem e o de curar todas as doenças e enfermidades. (Mateus,
10:1)
"Jesus
enviou estes doze e lhes ordenou dizendo: Não ireis pelo caminho das gentes,
nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide, antes, às ovelhas perdidas da
casa de Israel; e, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus. Curai
os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios;
de graça recebestes, de graça
dai. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; nem alforjes
para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bordão, porque digno é
o operário do seu alimento. E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes,
procurai saber quem nela seja digno e hospedai-vos aí até que vos retireis.
E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a; e, se a casa for digna, desça
sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna,torne para vos a vossa paz. E, se
ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou
cidade, sacudi o pó dos vossos pés." (Mateus, 10:5-14)
“E
lhes deu o poder de curar as enfermidades e de expulsar os demônios.” (Marcos,
3:15)
“Jesus chamou os doze e
começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os Espíritos impuros.
Recomendou- lhes que levassem consigo apenas o bordão; que não levassem nem
saco, nem pão, nem dinheiro nos cintos, que calçassem unicamente suas
sandálias, mas não cuidassem de ter duas túnicas. E lhes dizia: Na casa em que
entrardes, permanecei até que partais de novo. Quando encontrardes pessoas que
não vos queiram receber nem escutar, sacudi, ao
vos retirardes, a poeira dos vossos pés, dando assim testemunho contra
elas. Tendo partido, os apóstolos pregavam aos povos que fizessem penitência,
expulsavam muitos demônios e ungiam com óleo muitos doentes, curando-os.” (Marcos,
6:7-13)
“Jesus,
tendo reunido os doze apóstolos, lhes deu poder e autoridade sobre todos os
demônios e o poder de curar as enfermidades. E mandou que fossem pregar o reino
de Deus e curar os enfermos. Disse-lhes: Não leveis em viagem nem bordão, nem
saco, nem pão, nem dinheiro e não tenhais duas túnicas. Na casa em que entrardes
ficai e dela não saiais, e, quando encontrardes pessoas que não vos queiram
receber, sacudi, ao deixar-lhes a cidade, até a poeira dos vossos pés, a fim de
que isso constitua um testemunho contra elas. Os apóstolos partiram e foram de
aldeia em aldeia, evangelizando e curando por toda a parte os enfermos.” (Lucas,
9:1-6)
CRITÉRIOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS
Na época de Jesus e em consequência das ideias acanhadas e materiais
então em curso, tudo se circunscrevia e localizava. A casa de Israel era um
pequeno povo; os gentios eram outros pequenos povos circunvizinhos. (Apostila EADE
II)
Após o cisma das dez tribos, Samaria
[“cidade dos samaritanos”] se constituiu a capital do reino dissidente de
Israel... (Apostila
EADE II)
“Destruída e reconstruída muitas
vezes, ela foi, sob o Império Romano, a capital da Samaria, uma das quatro
divisões da Palestina. Herodes,(8) chamado o Grande, embelezou-a com suntuosos
monumentos e, para agradar a Augusto, deu a ela o nome de Augusta, em grego
Sebaste. Os samaritanos quase sempre estiveram em guerra com os reis de
Judá;(9) uma aversão profunda, datando da separação, perpetuou-se entre os dois
povos, que abandonaram todas as relações recíprocas. Os samaritanos, para
tornar a separação mais profunda e não terem de ir a Jerusalém para a
celebração das festas religiosas, construíram um templo particular e adotaram
certas reformas... o antagonismo das duas nações tinha por único princípio a
divergência de opiniõesreligiosas, ainda que suas crenças tivessem a mesma
origem; eram os protestantes daquela época. Atualmente, ainda se encontram
samaritanos em algumas regiões do Levante particularmente em Nabulus e Jafa.
Eles seguem a lei de Moisés com mais rigor que os outros judeus e só celebram
casamentos entre eles.” (Evangelho Segundo
Espiritismo- Introdução)
“Como nos relata a História Sacra,
depois do reinado de Salomão, ao instituir-se o reino de Israel, tendo como seu
primeiro chefe Jeroboão, as tribos de Judá e Benjamin destacaram-se das dez
tribos, tomando como seu representante legal Roboão, filho de Salomão. Estabeleceu-se desde logo entre o reino de
Judá e o de Israel uma luta extraordinária sobre princípios religiosos, luta
que se prolongou até a chegada dos tempos do aparecimento de N. S. Jesus-Cristo
sobre a Terra. Jeroboão, rompendo definitivamente com as tribos de Judá e de
Benjamin, aboliu o culto de Jeová, fabricou novos deuses para a adoração do
povo que dirigia; a tribo de Judá, guiada pelo filho de Salomão, conservou, por
algum tempo, as leis moisaicas e, naturalmente, principiou a olhar os seus
irmãos idólatras com esse férreo desprezo de que nos dão notícia os textos
bíblicos, ao ponto de não entreterem absolutamente comércio entre si e nem
mesmo se saudarem. Cada qual se julgava com a verdade: o povo de Israel
levantara o seu templo para as revelações do seu culto; o de Judá, por sua vez,
procurara também um ponto determinado para as suas adorações, e assim se
estabelecera esse estado de dissidência religiosa, em que predominava, em todos
os espíritos, a intransigência absoluta...” (Jesus
perante a Cristandade – pelo Espírito Bittencourt Sampaio)
O
“caminho das gentes” representam, no texto evangélico, a comunidade dos povos
gentílicos que viviam próximos aos judeus. (Apostila EADE II).
“Fato narrado pelo evangelista
ocorreu na Galiléia, região mais pobre do que a Judeia,
de modo que a população do local atravessava momentos difíceis durante o
primeiro século da era comum.” (Biblia de
Jerusalém)
“A população da Galiléia era
constituída por sírios, que vieram do Norte, gentios, romanos do meado do
século I, a.C, gregos que fugiram das conquistas de Alexandre Magno, e pelo
povo da região, que falavam o dialeto arameu, uma linguagem pobre que se
arrimava às imagens vivas da Natureza, sem dispor de um vocabulário próprio
para vestir as ideias. Não seja, portanto, de estranhar, que o Mestre usasse a
mesma palavra para definir, às vezes, coisas e acontecimentos diferentes. Por
outro lado, era comum que um mesmo vocábulo adquirisse um significado mais
genérico, o que, certamente, criou dificuldades para o entendimento das
anotações escriturísticas.” (Trigo de Deus –
Amélia Rodrigues)
“O povo hebreu, que constituía uma
ilha do monoteísmo no oceano politeísta, deveria encontrar na doutrina cristã o
apoio para as suas assertivas, porquanto Jesus não combateu a tradição, a Lei,
nem os Profetas, mas antes veio dar-lhes cumprimento, na condição do Messias
esperado, que não foi aceito pelo orgulho farisaico, nem a soberba sacerdotal.”
(Trigo de Deus – Amélia Rodrigues)
“Desde a morte de Herodes, o Grande,
a Palestina estava em conflitos, que se alastraram a partir da sua enfermidade.
Na demência do poder, a sua crueldade fez-se insuportável, e temendo não ser
pranteado, após o decesso, quanto gostaria, deu ordens para que fossem
aniquilados os judeus ilustres que mandara aprisionar no hipódromo, igualmente
deixando instruções para que os seus guarda-costas matassem Antípatro, seu
filho.
O reino ficou dividido entre os seus
outros vários filhos, incapazes e pusilânimes, à exceção de Herodes Antipas,
outro filho de Maltace da Samaria, sua quarta mulher, que mandaria degolar João
Batista, a instância de sua sobrinha Salomé.
Sucederam-se, então, atos intérminos
de violência, inclusive perpetrados por Arquelau, etnarca dos territórios da
Judéia, da Samaria e da Iduméia. Incapaz de frear os acontecimentos em
Jerusalém, convocou o exército e, num banho de sangue, ceifou três mil vidas,
sendo exilado para Viena depois, aproximadamente em VI d.C. por ordem de
Augusto...
Em tal desordem, a Palestina passou
a ser administrada por procuradores militares, destacando-se, entre eles,
Pôncio Pilatos, que se tornou famoso em razão dos acontecimentos que lhe
assinalaram o período, com a prisão, julgamento e morte arbitrários de Jesus.” (Trigo de Deus –
Amélia Rodrigues)
CARGOS, FUNÇÕES, OCUPAÇÕES
Samaritanos: considerados
dissidentes do judaísmo, somente
admitiam o Pentateuco, que continha a lei de Moisés, e rejeitavam todos
os outros livros que a esse foram posteriormente anexados. Seus livros sagrados
eram escritos em caracteres hebreus da mais alta antigüidade. Aos olhos dos
judeus ortodoxos eles eram heréticos; isto é, contrários à doutrina
estabelecida, e, por isso mesmo, desprezados, amaldiçoados e perseguidos. (Apostila EADE II).
Gentios: considerados pagãos, eram politeístas por formação
cultural. (Apostila EADE II).
Estes doze: discípulos, identificados por Jesus no capitulo 10, versículo 2 do
Evangelho de Mateus.
Eles, os
discípulos, eram criaturas frágeis, que se iam fortalecendo nos sucessivos
embates com os olhos postos no futuro. (Amélia Rodrigues – Trigo de Deus)
CIRCUNSTÂNCIAS E FATOS: SENTIDO GERAL E ESPECÍFICO
A história nos relata que muitos judeus estavam insatisfeitos com os seus
sacerdotes, marcadamente voltados para as práticas exteriores; com as intrigas
religiosas existentes entre o clero e os membros do sinédrio; com a servidão a
Roma e os acordos políticos. Dessa forma, mantinham-se afastados das sinagogas.
Existiam também os judeus que já não se contentavam com as práticas do judaísmo
oficial, por julgá-las falsas, inadequadas ou sem sentido. Entre os últimos
estavam os samaritanos, considerados dissidentes do judaísmo.
"Os samaritanos estiveram quase constantemente em guerra com os reis
de Judá. Aversão profunda, datando da época da separação, perpetuou-se entre os
dois povos, que evitavam todas as relações recíprocas. "
"Havia, assim, profunda divergência
religiosa entre os judeus ortodoxos que os consideravam heréticos."
Considerando, porém, a época, vemos que as instruções de Jesus aos seus
discípulos foram claras: procurar as ovelhas perdidas da Casa de Israel,
evitando os povos gentílicos. Que motivo justificava essa orientação específica?
A resposta é simples: os seus discípulos não possuíam condições para lidar com
as diferentes interpretações religiosas existentes, uma vez que conheciam,
apenas, os ensinamentos da lei judaica. Eles, os discípulos, deveriam focalizar
suas pregações aos irmãos de raça.
Importa considerar também que Jesus, de certa forma estava submetendo os
seus discípulos a um teste, treinando-os para as futuras lutas que haveriam de
passar na difusão do Cristianismo.
Durante algum tempo, os discípulos se dedicam ao aprendizado junto ao
Mestre. Espíritos de alto progresso espiritual, fácil lhes fora assimilar as lições
que Jesus lhes ministrava diariamente, não só pelas palavras, como também pelo
exemplo. Fortificados pela fé que Jesus lhe acendera nos corações, estavam
preparados para continuar a obra evangélica, que Jesus lhes confiaria. 6
A missão dos doze apóstolos começa, pois, entre os próprios judeus,
afastados do judaísmo (“ovelhas perdidas da casa de Israel”). O trabalho com os
gentios (“as gentes”) caberia, em especial, ao apóstolo Paulo de Tarso, em
época posterior. (Apostila EADE II).
- JESUS ENVIOU ESTES DOZE E LHES ORDENOU DIZENDO: NÃO
IREIS PELO CAMINHO DAS GENTES, NEM ENTRAREIS EM CIDADE DE SAMARITANOS; MAS IDE,
ANTES, ÀS OVELHAS PERDIDAS DA CASA DE ISRAEL;
O SENTIDO DAS EXPRESSÕES
Ovelhas perdidas da Casa de Israel: próprios judeus, afastados do judaísmo
Caminho das gentes: são as comunidades gentílicas
Cidade dos samaritanos: a Samaria (Apostila EADE II).
O SENTIDO DAS PALAVRAS
Ordenar: dar ordem, dar
instruções
perdidas: estar
perdido, perecer,morrer, estar arruinado (perdido e morto)
EXTRAIR O ESPÍRITO DA LETRA
Importa refletir um pouco mais sobre o sentido, de “ovelhas perdidas da
casa de Israel”, de “caminho das gentes” e “cidade dos samaritanos” citados no
texto evangélico. As ovelhas perdidas eram os judeus afastados do judaísmo; os
caminhos das gentes são as comunidades gentílicas; cidade dos samaritanos é a
Samaria, capital do reino dissidente de Israel.
Os israelitas eram, naturalmente, os indicados para primeiro receberem o
Evangelho, dado ao longo preparo espiritual que a lei de Moisés os tinha
submetido. Dirigindo-se a eles, os discípulos encontrariam um terreno propício
à semeadura. 7
Extrapolando o sentido literal do texto, podemos dizer que as “ovelhas
perdidas da casa de Israel” representavam as pessoas que, possuindo uma base de
espiritualização, estavam perdidas porque não encontraram na religião que
adotavam como norma de conduta, respostas às suas indagações íntimas e aos
seus anseios de crescimento espiritual.
O “caminho das gentes” indica outro tipo de pessoas, situadas em oposição
às “ovelhas perdidas da casa de Israel”: são os materialistas, descrentes por
convicção ou por espírito de sistema. Encontram-se num estágio evolutivo onde
as sensações da matéria lhes satisfazem o sentido e nada mais desejam. São
pessoas que ainda não estão habilitadas à verdadeira transformação espiritual,
por força do piso evolutivo em que se encontram. Entretanto, reconhecemos que
entre estes podem surgir indivíduos decididos, dispostos a superar os limites
impostos pela vida material.
A “cidade dos samaritanos” simboliza os discutidores religiosos, os
dissidentes e os polêmicos. Vivem à parte, não se misturando com os que pensam
de forma diferente. Entre eles, também, surgem os que impulsionam o progresso,
que valorizam a união e a paz entre as criaturas. (Apostila EADE II).
9. Jesus, em
muitas circunstâncias, prova que as suas palavras não eram dirigidas apenas ao
povo judeu, mas a toda humanidade. Portanto, se Ele disse aos seus apóstolos
que não procurassem os gentios, isto é, os pagãos, não foi por desprezo à sua
conversão o que não seria nada caridoso mas porque os judeus, que acreditavam
no Deus único e esperavam o Messias, estavam preparados, pela lei de Moisés e
os profetas, a receberem a sua palavra. Entre os pagãos faltava essa base, tudo
estava por fazer, e os apóstolos não estavam ainda suficientemente esclarecidos
para uma tarefa tão grande; eis por que Ele lhes disse: “Ide antes às ovelhas
perdidas da casa de Israel”, isto é, ide semear em terreno já preparado,
sabendo bem que a conversão dos gentios aconteceria com o passar do tempo. Mais
tarde, efetivamente, os apóstolos foram plantar a cruz no próprio centro do
paganismo.
10. Essas
mesmas palavras também podem se aplicar aos adeptos e aos propagadores do
Espiritismo. Os incrédulos sistemáticos, os zombadores obstinados e os
adversários interessados são, para eles, o que os gentios eram para os
apóstolos. Seguindo o exemplo dos apóstolos, devem procurar adeptos entre
pessoas de boa vontade, aqueles que desejam a luz, nos quais se encontra um
germe fecundo, e cujo número é grande, sem perder seu tempo com aqueles que se
recusam a ver e a ouvir, e que, quanto mais interesse for demonstrado pela sua
conversão, mais firmes se mostram em seus pontos de vista, apenas por uma
questão de orgulho. É preferível abrir os olhos a cem cegos que desejam ver
claramente, que a um único que se satisfaz na obscuridade, porquanto assim se
aumentará, em grande proporção, o número daqueles que sustentam a causa. Deixar
os outros tranquilos não é indiferença, é boa política. A vez deles chegará,
quando forem dominados pela opinião geral, quando ouvirem a mesma coisa,
incessantemente repetida à volta deles; então, pensarão que aceitam a ideia
voluntariamente, por eles mesmos, e não sob pressão de outra pessoa.
Também devemos
observar que as ideias são como as sementes: não podem germinar antes da
estação, e somente em terreno preparado; eis por que deve-se aguardar a época
propícia e cultivar inicialmente as que forem germinando, sob pena de se
destruírem as outras ao se lhes apressar o crescimento. No tempo de Jesus, e
por causa das ideias restritas e materiais da época, tudo era circunscrito e
localizado. A casa de Israel era um pequeno povo, e os gentios também eram
pequenos povos vizinhos; hoje as ideias se universalizam e se espiritualizam. A
nova luz não é privilégio de nenhuma nação, não existem mais barreiras para
ela, que tem o seu foco em todos os lugares, e todos os homens são irmãos. Os
gentios, porém, também não são mais um povo, são uma opinião, que se encontra
em toda parte, e da qual a verdade triunfa pouco a pouco, como o Cristianismo
triunfou do Paganismo. Não é mais com armas de guerra que são combatidos, mas
com o poder da ideia. (Evangelho Segundo o Espiritismo item 9)
SITUAR-SE NA MENSAGEM PARA SIMPLIFICÁ-LA
Onde podemos
nos situar na mensagem, como a ovelha
perdida -> espiritualistas mas não encontramos na religião respostas
para nossas indagações intimas? Ou os gentios -> em oposição as ovelhas
perdidas somos materialistas, ou não estamos ainda habitados à verdadeira
transformação espiritual? Ou os
samaritanos -> discutidores religiosos, dissidentes e os polêmicos?
- E indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus.
Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios;
de graça recebestes, de graça dai. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em
vossos cintos; nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias,
nem bordão, porque digno é o operário do seu alimento.
O SENTIDO DAS EXPRESSÕES
Reino dos Céus: O reino dos Céus, que está no
íntimo de cada criatura (Amélia Rodrigues – Trigo de Deus)
O SENTIDO DAS PALAVRAS
Pregai: proclamar (traducao
do Haroldo Dultra) anunciar em voz alta e solenemente a mensagem
Enfermos: fracos
fisicamente
Daimones: deus pagão,
divindade; mau espírito
Cintos: usado para
carregar dinheiro, pois a bolsa ficava presa nele
Alforjes: saco ou bolsa de couros para levar
provisões
Túnicas: vestuário
interno, usado junto ao corpo, veste intima
bordão: cajado, usado
para se apoiar, para corrigir (bater), para comandar, ou como sinal de
autoridade
Possuir: ter posse de algo
EXTRAIR O ESPÍRITO DA LETRA
Qualquer pregação tem o sentido de despertar, de atrair o interesse de
quantos estão predispostos a ouvir. Com Jesus, a pregação manifesta-se, não só
por palavras, mas principalmente pela irradiação de sua personalidade superior,
e, sobretudo pelos exemplos que ele soube ilustrar.
“Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os
demônios” revela o quadro de enfermidades existentes no mundo.
Os imperativos “curai”, “limpai”, “ressuscitai”
e “expulsai” indicam o tratamento que deve ser aplicado aos doentes, não
esquecendo que a proposta de Jesus envolve, necessariamente, atendimento aos
desajustados da alma e do corpo.
A capacidade de expulsar “demônios”
começa com o esforço de assepsia mental, perseverante e paciente, da seleção
dos próprios pensamentos. Lembramos, assim, a orientação de O evangelho segundo
o espiritismo: «Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral
e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.»
“De graça recebestes, de graça dai”
indica que toda doação deve ser espontânea e sem exigência, não esperando
qualquer tipo de recompensa ou agradecimento. Os condicionamentos aos padrões
materiais do mundo nos fazem desejar receber algo em troca de benefícios
concedidos, expressos sob a forma de valores amoedados ou mesmo de um simples
“muito obrigado”.
O Mestre desvincula o trabalho espiritual de qualquer recompensa, seja
financeira, seja de outra espécie, quando afirma: “Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos”. Os bens
materiais são valores necessários ao contexto vivencial da Humanidade, no plano
físico. Por serem imprescindíveis, deles necessitamos. O que pesa, na verdade, é
o apego e a forma de utilização desses bens.
O verbo “possuir” apresenta conotação especial na frase. Ouro, prata,
cobre, alparcatas, túnicas etc., são, em determinados momentos, perfeitamente
dispensáveis, quando a necessidade que se revela é de natureza essencialmente
espiritual.
Registra o livro Atos dos Apóstolos, 3: 1-12, o episódio no qual Pedro e João
são solicitados a auxiliar um coxo que, costumeiramente, era colocado na porta
do templo para pedir esmola aos transeuntes. Consta que ao ver Pedro e João
entrando no templo, o coxo lhes pediu uma esmola. Os apóstolos, porém, falaram
ao necessitado que lhes olhassem nos olhos. Feita esta ligação, Pedro afirmou:
“Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus
Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E tomando-o pela mão direita, o
levantou, e logo seus pés e tornozelos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se em
pé.”
Percebe-se, na lição, que a mais importante necessidade do coxo era de
natureza espiritual. Libertando-se daquele estado de limitação física pode, a
partir daquele momento, cuidar da própria subsistência.
Existem, muitas vezes, preocupações exacerbadas, relacionadas ao suprimento
de materiais em nossas tarefas. Entretanto, vem elas sendo atendidas, na medida
do possível, sob o amparo superior. O suprimento material é necessário, mas o
grande desafio é a presença de quem se dedica, com amor, sem o que a atividade
se enfraquece.
“Nem alforjes para o caminho, nem
duas túnicas, nem alparcatas, nem bordão”, são ideias que simbolizam os
suprimentos dos viajantes em trânsito de um lugar para outro. Estar vestido,
calçado ou ter apoio estratégico (“bor- dão”) é medida de prudência. Sem
dúvida, necessitamos desses recursos, até pelo fato de estarmos integrados ao
campo reencarnatório. Mas superestimar o ouro, a prata, o cobre ou investir em
valores acima do que é justo e necessário é colocar em plano secundário o
trabalho espiritual a ser desenvolvido.
“Porque digno é o operário do seu
alimento” quer dizer que não se deve subtrair da prática do bem os recursos
de subsistência material. O trabalhador (“operário”) recebe o seu pagamento
(“alimento”) como consequência natural do seu labor. O serviço de caridade ao
semelhante, porém, se opera no íntimo. (Apostila EADE II).
"Jesus
mandou que os apóstolos primeiramente anunciassem o reino de Deus e curassem os
enfermos da sua nação humana, para que mais se apertassem entre eles os laços
de família, de fraternidade e de pátria. Recomendou-lhes que nada levassem
consigo, pois que tudo deviam confiar dele; que abençoassem os lugares onde
fossem bem acolhidos e sacudissem dos pés a poeira, onde fossem repelidos.
Como
missionários do Senhor, protegidos por este, nenhuma importância deviam dar às
comodidades materiais, cumprindo-lhes estar persuadidos de que o Mestre os
seguia, ligando, ou desligando o que eles ligassem, ou desligassem, isto é,
sancionando o que fizessem.
Aos apóstolos
e discípulos de Jesus cabia espalhar o conhecimento da verdade. O mesmo compete
hoje aos espíritas fazer; mas, para que sejam verdadeiros sucessores dos
discípulos do Cristo e disponham de autoridade e poder idênticos aos destes,
necessário é adquiram a pureza que eles possuíam. Só assim lograrão elevar-se
ao Senhor e se acharão em condições de ligar e desligar, na Terra, certos de
que ligaram e desligaram igualmente no céu.
Mister, porém,
se faz compreendam bem o em que consiste esse ligar e desligar..." (Elucidações Evangélicas – Antônio Luiz
Sayão)
SITUAR-SE NA MENSAGEM PARA SIMPLIFICÁ-LA
-Estamos "curando", “limpando”,
“ressuscitando” e “expulsando”, isto fazendo aquilo que Jesus nos orientou. E
mais ainda buscando nossa transformação moral?
- Na pratica
do bem, aguardamos pelo menos um muito obrigado?
- temos ainda,
muitas vezes, preocupações exacerbadas, relacionadas ao suprimento de materiais
em nossas tarefas?
- Será que por
que estou na tarefa do Cristo posso deixar de cuidar de conseguir meu
"alimento" material?
- E, em qualquer cidade ou aldeia em
que entrardes, procurai saber quem nela seja digno e hospedai-vos aí até que
vos retireis. E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a;
O SENTIDO DAS EXPRESSÕES
Hospedai-vos
aí: A expressão “e
hospedai-vos aí”, implica a ideia de alojamento com infraestrutura mínima para
se proteger das intempéries. Hospedar um viajante era um dever, um hábito
existente na sociedade judaica, representando um ato de caridade. Implica
igualmente em acomodar-se, estabelecer-se.
saudai:
implica felicitar,
testemunhar respeito, louvar o que se nota de positivo, de criativo ou de
edificante nas pessoas.
O SENTIDO DAS PALAVRAS
Cidade: constituída por aglomeração humana
de cera importância, localizada numa área geográfica circunscrita, organizada e
com infraestrutura essencial a sobrevivência e as facilidades da vida de seus
habitantes
Aldeia: povoação de pequenas proporções
rurais, menor que uma vila. Em geral onde há construções simples e econômicas.
Casa: habitação
ou abrigo material, local de vivência comum;
EXTRAIR O ESPÍRITO DA LETRA
“E, em qualquer cidade ou aldeia”,
Jesus mostra que não devemos ter preferência ou preocupação quanto ao local
onde o bem deva ser realizado, pois em todos os lugares existem Espíritos
necessitados: nos ambientes pobres ou nos prósperos, em pequenas ou grandes
localidades. Da mesma forma, quando estamos identificados com a mensagem do
Cristo, somos convocados a agir sem discriminações, nos colocando à disposição
do próximo, segundo as determinações do Alto.
O
texto evangélico não discrimina o tamanho ou a qualidade do local mas enfatiza
a necessidade de nos mantermos filiados a pessoas dignas favorecendo, assim, a
manutenção de plano vibratório elevado.
Se
na dinamização e distribuição dos recursos espirituais somos convocados a sair
de nós mesmos, na busca de solução e superação dos problemas que nos são
inerentes, necessitamos, por outro lado, “entrar” território adentro da aldeia íntima,
selecionando conceitos, pensamentos e tendências, sem prescindir da vigilância.
“Procurai saber quem nela seja digno”,
mostra que cabe a cada um a iniciativa de selecionar padrões morais que
garantam sintonia elevada. Esta seleção não implica a busca por privilégios,
mas a nossa identificação com quem favoreça a manutenção do processo educativo,
uma vez que, na categoria de aprendizes, somos também portadores de numerosas
fraquezas e imperfeições. Em qualquer situação de trato com os semelhantes ou
no exame de suas ações, é imperioso distinguir o que é digno, porque digno será
aquele que se afirma no bem.
A
expressão “e hospedai-vos aí”, ...
Espiritualmente, expressa a permanência na pauta da cooperação. É, também,
abrigar-se sob o teto dos pensamentos e atitudes dignas, com discernimento,
perseverança e bom ânimo.
“Até que vos retireis” revela que a
pessoa identificada com o Evangelho vive em constante dinâmica: auxiliando o próximo
ou superando os problemas é lícito, imperioso mesmo, que procure novas experiências.
Quando uma situação é resolvida, é preciso que se desligue dela, retendo apenas
o aprendizado daí decorrente que, por sua vez, servirá de base para a vivência
de novas experiências.
“E, quando entrardes nalguma casa,...”
indica entrar em relação ou sintonia com alguém. A sintonia será tanto maior
quanto maiores forem os laços de simpatia. A palavra “casa” tem dois sentidos: o de habitação ou
abrigo material, local de vivência comum; e o de casa mental, residência íntima
em que nos abrigamos, ininterruptamente, todas as horas do dia.
Estamos
sempre entrando e saindo da casa mental das pessoas: durante uma simples
conversa, numa palestra, num estudo; na permuta de vibrações, ideias e
sentimentos.
O
“saudai-a” implica felicitar,
testemunhar respeito, louvar o que se nota de positivo, de criativo ou de
edificante nas pessoas. A saudação indicada por Jesus, extrapola as convenções
sociais porque utiliza os ingredientes do amor e do respeito. Esta saudação
pode simbolizar um bálsamo que alivia dores; um esclarecimento que elucida ou
um apaziguamento que estimula a concórdia.
(Apostila EADE
II).
SITUAR-SE
NA MENSAGEM PARA SIMPLIFICÁ-LA
É
de bom alvitre que, ao entrar na casa material ou na mental de alguém, tenhamos
“olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”. É preciso enxergar o que é bom e ouvir o
que é útil. Adotar a discrição ou silêncio
ante as vibrações inferiores, porventura ali
reinantes, é atestar sabedoria.
-
e, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna,
torne para vos a vossa paz. E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas
palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés.
O
SENTIDO DAS EXPRESSÕES
O
SENTIDO DAS PALAVRAS
Digna: Pessoa merecedora ou que possui
boa honra; Honesto; que expressa decência; Merecedor; que merece admiração;
apropriado; que é conveniente; Decente; que tem bom caráter; de boa conduta;
que demonstra dignidade; apropriado, correto, decente, honesto, honrado,
íntegro e merecedor
Pó:
Do latim *pulu-,
«idem», do latim clássico pulvĕre. partículas muito finas e leves de terra e
outras substâncias, que se encontram suspensas no ar e se depositam sobre os
corpos; poeira / (figurado) coisa sem
valor (dicionário online - Porto: Porto Editora, 2003-2015)
EXTRAIR
O ESPÍRITO DA LETRA
O
conceito de dignidade nos padrões do Evangelho extrapola as convenções sociais
e as aparências. Deixa de ser uma condição que toca o exterior, atingindo
assim, a intimidade do ser.
“Desça sobre ela a vossa paz”, na ação
consequente da sintonia no bem, significa aquilo que desejamos para quem nos
abriga ou nos auxilia. Há, neste sentido uma associação de vibrações, quando as
ideias ou atitudes de uma pessoa encontram ressonância na outra. A paz não se
traduz apenas como expressão de bons votos, ou de vibrações harmônicas, mas no
trabalho efetivo e permanente da alegria de conviver.
“Mas, se não for digna”, explica o
cultivo de ideias inferiores ou indignas em nossa casa mental, mantendo-a
refratária aos valores espirituais. Mesmo como espíritas, ainda vivemos sob o
impacto de recaídas quando, invigilantes, alimentamos “indignidades” e
introduzimos desarmonias no psiquismo próprio e alheio.
“Torne para vós a vossa paz.” É da lei:
a doação do bem produz recebimento do bem. Não existe na vida ganhos e perdas;
há, sim, ação e reação, causa e efeito. As ações, boas ou más, voltam para nós,
acrescidas das vibrações de natureza semelhante.
Ainda
que bem-intencionados, não devemos menosprezar a ponderação no ato de ajudar,
evitando nos guiar por impulsos ou emoções intempestivas. A ausência de
esclarecimento e de controle emocional impõe restrições ao exercício da
caridade. O benfeitor esclarecido sabe operar com humildade, sem exigências ou
constrangimentos, garantindo, em quaisquer circunstâncias, a paz que cultiva
nas bases do entendimento e da compreensão.
“E, se ninguém vos receber, nem escutar
as vossas palavras...”, mostra que nem todas as pessoas
mantêm sintonia com as nossas ideias e atitudes. Não há motivos para atritos ou
conflitos se alguém não nos recebe bem. A reencarnação explica os sentimentos
de simpatia e antipatia existentes nos inter-relacionamentos humanos.
Exercitemos a capacidade de fixar as lições que as pessoas nos trazem, detendo
o que é bom.
“Saindo daquela casa ou cidade”, revela
que no terreno da comunicação humana atuam forças internas, irradiadas pelas próprias
pessoas, e forças externas, provenientes do ambiente, bem como de outros
personagens que se encontram fora do processo. Tais forças determinam as ações
de atração e repulsão, aceitação ou rejeição de ideias e atitudes.
“Saindo
da casa” implica, também, retirada física ou vibratória do ambiente. Isto é
aconselhável quando as paixões são exacerbadas e existe o risco de conflitos
desagregadores. Recuar e afastar, nesta situação, é medida de bom senso, ainda
que se entenda que as melhores disposições de auxílio ou cooperação foram
adiadas.
Há
situações, porém, que o afastamento pode ser traduzido como “manter- se num compasso de espera”. Nem sempre as pessoas revelam condições
para absorver um ensinamento. É preciso, pois, dar tempo ao tempo, a exemplo de
como faz Jesus: permanece nos aguardando há milênios até que a maturidade
espiritual nos alcance e estejamos prontos a aceitar o seu jugo.
“Sacudi o pó dos vossos pés” significa não
guardar mágoas nem ressentimentos. É esquecer todas as lembranças infelizes,
agindo com bom ânimo, empregando energias construtivas no trabalho de todos os
dias, evitando compromissos ou vinculações com o mal.
Natural
é o desejo de confiar a outrem as sementes da verdade e do bem, entretanto, se
somos recebidos pela hostilidade do meio a que nos dirigimos, não é razoável
nos mantenhamos em longas observações e apontamentos, que, ao invés de
conduzir-nos a tarefa a êxito oportuno, estabelecem sombras e dificuldades em
torno de nós. 8
Se
alguém não reconheceu a tua boa vontade ou intenção, porque perder tempo com
sentenças acusatórias? Tal atitude não soluciona problemas nem resolve
conflitos. Ignoras, acaso, que o negador e o indiferente serão igualmente
chamados pela morte do corpo à nossa pátria de origem? Encomenda-os a Jesus
com amor e prossegue, em linha reta, buscando os teus sagrados objetivos. Há
muito por fazer na edificação espiritual do mundo e de ti mesmo. Sacode, pois,
as más impressões e marcha alegremente. 9
(Apostila EADE
II).
Livro
Pão Nosso – Emmanuel
Psicografia
de Francisco Candido Xavier
71
Sacudir
o pó
“E se
ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou
cidade, sacudi o pó de vossos pés.”
Jesus (Mateus,
10:14)
Os próprios discípulos
materializaram o ensinamento de Jesus, sacudindo a poeira das sandálias, em se
retirando desse ou daquele lugar de rebeldia ou impenitência. Todavia, se o
símbolo que transparece da lição do Mestre estivesse destinado apenas a gesto
mecânico, não teríamos nele senão um conjunto de palavras vazias.
O ensinamento, porém, é mais
profundo. Recomenda a extinção do fermento doentio.
Sacudir o pó dos pés é não conservar
qualquer mágoa ou qualquer detrito nas bases da vida, em face da ignorância e
da perversidade que se manifestam no caminho de nossas experiências comuns.
Natural é o desejo de confiar a
outrem as sementes da verdade e do bem; entretanto, se somos recebidos pela
hostilidade do meio a que nos dirigimos, não é razoável nos mantenhamos em
longas observações e apontamentos, que, ao invés de conduzir-nos a tarefa a
êxito oportuno, estabelecem sombras e dificuldades em torno de nós.
Se alguém te não recebeu a
boavontade, nem te percebeu a boa intenção, por que a perda de tempo em
sentenças acusatórias? Tal atitude não soluciona os problemas espirituais.
Ignoras, acaso, que o negador e o indiferente serão igualmente chamados pela
morte do corpo à nossa pátria de origem? Encomenda-os a Jesus com amor e
prossegue, em linha reta, buscando os teus sagrados objetivos. Há muito por fazer
na edificação espiritual do mundo e de ti mesmo. Sacode, pois, as más impressões
e marcha alegremente.
Livro
Escrínio de Luz– Emmanuel
Psicografia
de Francisco Candido Xavier
POEIRA
“E afastando-vos da casa que não vos
receba a mensagem de paz, sacudi o pó das sandálias” – advertiu-nos o Divino
Mestre.
*
Muita gente acredita que o Senhor
teria sugerido a reprovação aos que Lhe não acolhessem a Boa Nova ou o
menosprezo de quantos Lhe recusassem, deliberadamente, os ensinos.
Entretanto, Jesus referia-se
simplesmente ao pó que costumamos guardar conosco, depois de qualquer
experiência difícil.
Poeira de ciúme e tristeza,
desencanto e lamentação...
Poeira de inveja e vaidade, azedume
e orgulho ferido...
Se te fazes portador da luz aos que
jazem na treva, não condenes aquele que não possa se iluminar de improviso e
não conduzes o amor a quem se desvaira no ódio, não lhe critiques a tardia
compreensão, porque as vítimas de semelhantes verdugos quase sempre se
imobilizam por tempo longo, em desesperação e cegueira.
*
Onde não consigas ajudar faze
silêncio, esperando a bênção das horas.
*
Não atires lenha à fogueira da
ignorância, nem agraves a desolação da água turva.
*
Não vale apedrejar e criticar,
desconsiderar ou ferir.
*
Colecionar mágoas e queixas, é
derramar lama e fel.
*
Seja onde for e com quem for,
conserva entendimento e esperança, otimismo e serenidade.
*
Alijemos da base de nossa vida a
poeira da rebeldia e do escândalo, do azedume e da discórdia e saberemos
transmitir o Amor Eterno do Cristo que até hoje nos tolerou as deficiências,
para que saibamos suportar as dificuldades dos outros, realizando a plantação
da verdadeira alegria.
***
SITUAR-SE
NA MENSAGEM PARA SIMPLIFICÁ-LA
Como estamos transmitindo a nossa
paz, só com palavras?
Estamos cultivando na casa mental (nossa
e alheia) pensamentos indignos?
Nos debates de ideias estamos
seguindo a orientação de Jesus, sacudindo o pó dos sapatos (magoas,
ressentimentos, rebeldias e discórdias)?
* Esse material foi produzido por um participante do EADE (Livro II - parte 1) para auxiliar o estudo do roteiro 7 do referido livro. Portanto, essas anotações não pretendem ser um substituto do livro da FEB, nem ser a última palavra sobre o assunto. Ele será apenas mais uma fonte de consulta e debates sobre seu conteúdo, desta forma, qualquer sugestão de alterações e/ou inserções por parte do leitor e/ou do próprio autor, podem ser efetuadas a qualquer momento, quando assim se fizer necessário.
muito explicativo, muito bom de se estudar
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