Do livro: Primícias
do Reino
Pelo Espírito: Amélia
Rodrigues
Psicografia : Divaldo Pereira
Franco
Aquele junho estava ardente mais do que nos anos
anteriores[1].
O dia longo murchava lentamente,
abafado, enquanto o Sol, semi-escondido além dos picos altaneiros, incandescia
as nuvens vaporosas, que o vento arrastava no seu carro pulverizado de púrpura
e ouro.
A montanha, de suave aclive,
terminava em largo platô salpicado de árvores de pequeno porte, que ofereciam,
no entanto, abrigo e agasalho.
Desde cedo a multidão afluíra
para ali, ansiosa, como atraída por fascinante expectativa. Eram galileus da
região em redor; pescadores, agricultores, gente simples e sofredora,
sobrecarregada e aflita. Eram judeus chegados dalém Jordão, de Jerusalém,
estrangeiros da Decápolis. Misturavam-se as vozes nos dialetos regionais e
uniam-se todos na mesma imensa curiosidade feita de expectação e desejo.
Esmagada pelos poderosos,
experimentava invariavelmente o desprezo da jactância e da presunção.
Amavam-se aquelas criaturas na
sua dor e necessidade; interdependiam-se.
Aquele Rabi, que os alentava, era
o Rei aguardado há séculos, carinhosamente esperado, que os libertaria do
opróbrio e da servidão. . .
Ouviram-nO e O viram mais de uma
vez, e constataram que jamais alguém fizera o que Ele fazia ou falara como Ele
falava.
Acorreram de toda parte: das
redondezas do lago e dos campos, das cidades distantes e das aldeias para
ouvi-lO.
No ar pairava algo especial.
O azul doirado dos céus
confraternizava com o verde queimado da terra, e a brisa cariciosa chegava do
mar, das bandas e confrafortes do Hermon que se alternavam, para espraiar-se
pela imensa planície do Esdreion, trazendo o acre-doce odor do solo crestado.
* * *
A montanha, em sua grandeza
especial, é também um símbolo: o Filho do Homem que desce aos homens
vencendo as dificuldades do mergulho no abismo e do Homem que sobe,
conduzindo os homens por sobre escarpas lacerantes até o seio de Deus.
A montanha também é destaque
maravilhoso na paisagem.
Galgar, subir a montanha pode
significar vencer os óbices que perturbam o avanço na jornada evolutiva.
Descer, deixar o monte, é não considerar o empecilho e refazer o caminho,
alongar as mãos em direção dos que ficaram tolhidos na retaguarda. . .
É muito áspera a descida aos
homens para erguê-los a Deus.
Perder-se entre as querelas
humanas para encontrar os Espíritos em perturbação na noite das necessidades
aparentes e resplandecer em madrugada sublime, guiando-os por sobre os
escombros da véspera, a fim de subirem até o planalto onde brilha, permanente,
o sol do claro e demorado Dia...
Descer sem decair.
Os homens suscitam obstáculos
onde existem opiniões e levantam serros onde estão convenções.
Esquecer-se e vir até os que se
debatem nas questiúnculas, que vitalizam com desconcerto emocional e
sofreguidão.
Dar-se, integrar-se de tal modo
que seja comum a todos, mas a nenhum igual.
Este o díptico: subir, descer.
Subir sem abandonar a baixada e
descer sem esquecer os Cimos.
A montanha, era uma montanha qualquer...
E o poema que ali seria
apresentado jamais foi ouvido, nunca mais será ouvido em qualquer época,
equivalente...
* * *
O Evangelista Mateus assevera:
"E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte...", enquanto Lucas
informa: "E descendo com eles parou num lugar plano..."
Subir ou descer! Não importa.
A verdade, porém, é no plano do
aclive ele se deteve e, de pé...
... Vestiu-se de poente.
Auréola refulgente incendiou-lhe
os cabelos que a leve brisa desnastrava, esfogueados.
As vestes abrasadas e a ansiedade
do mundo em volta. Na magote homens, mulheres e crianças que levariam no
cérebro e no coração a Mensagem, o Poema divisor das realidades diferentes.
A multidão era a sua paixão, a
sua vida. Amá-la e atendê-la, o seu fanal.
Sentindo a multidão submissa,
magnetizada, esquecida de si mesma, numa sublime comunhão em que extravasava
toda a vida, Ele, "abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:"
"- Bem-aventurados os pobres
de espírito, porque deles é o Reino dos Céus!"
Os pobres, todos os conheciam.
Eram maltrapilhos, malcheirosos, doentes. Distendiam a mão que a miséria
estiola.
Eram pobres; no entanto, quantos
deles portavam os tesouros da riqueza do espírito! Espírito rico de revolta,
possuidor de paixões, dono de vasto cabedal de angústia e mágoa...
Quais seriam os "pobres de
espírito"?
O vento perpassa em leve
cantilena pela multidão pensante, a raciocinar, no silêncio que se fez
espontâneo, na pausa que, natural, se alonga...
Os ricos possuem moedas e
títulos, propriedades e espíritos ricos de ambições, de orgulho, de misoneísmo.
Os "pobres de espírito"
são os livres de posses e ambições. Amantes da liberdade, pugnadores dos
direitos alheios, idealistas, cultores da verdade, preparados para a verdade.
Sem peias atadas à retaguarda,
sem ímãs atraentes à frente.
Semelhantes aos simples,
desataviados e às crianças.
Inteiramente livres.
Candidatos ao Reino dos Céus e
súditos dele, desde já.
Inocentes porque venceram com o
tributo das lágrimas e o patrimônio dos suores. Ressarcidos o débito, lavadas
as mazelas, puros, portanto, sem a vacuidade do "eu", predispostos à
autodeliberação, à auto-sublimação.
Livres dos resíduos do mundo, não
consumidos, não afligentes. Com todos, ao lado de todos, sem ninguém, não
amarrados aos outros, às convenções dos outros.
"Pobres de espírito!"
* * *
A multidão aguarda; pulsam os
corações; os olhos de todos brilham com lampejos diferentes.
A voz do Rabi espraia o canto:
"- Bem-aventurados os que
choram, porque eles serão consolados!"
"O olho é a candeia do
corpo" e todos os olhos cintilam; lágrimas coroam-nos.
A figura do Rabi é ouro refletido
contra o céu longínquo, muito claro.
Todos ali têm lágrimas acumuladas
e muitos as vertem sem cessar, nas rudes provações, oculta ou publicamente.
Longa é a estrada do sofrimento;
rudes e cruéis os dias em que se vive.
Espíritos ferreteados pelo
desconforto e desassossego, corações despedaçados, enfermidades e expiações...
Todos choram e experimentam a paz
refazente que advém do pranto.
Creem muitos que o pranto é
vergonha, esquecidos do pranto da vergonha.
Dizem outros que a lágrima é
pequenez que retrata fraqueza e indignidade.
A chuva descarrga as nuvens e
enriquece a terra; lava o lodo e avitaliza o pomar.
A lágrima é presença divina.
Quando alguém chora, a Lei está
justiçando, abrindo rotas de paz nas províncias do espírito para o futuro.
O pranto, pronto, não pode
desatrelar os corcéis da rebeldia para as arrancadas da loucura, nem conduzir,
em caudal, as ribanceiras do equilíbrio, qual riacho em tumulto semeando a
destruição, esgaivando as searas.
Chorar é buscar Deus nas adustas
regiões da soledade.
A sós e junto a Ele.
Ignorando por todos e por Ele
lembrado.
Sofrido em toda parte, escutado
pelos Seus ouvidos.
O pranto fala o que a boca não se
atreve a sussurar.
Alguém chorando está solicitando,
aguardando.
Na impossibilidade de expressar
por palavras, desnudar a alma, esvaziar-se de toda inquietação.
... "Serão consolados!"
* * *
Favônios espalham o pólen de
miúdas flores no vale embaixo e os flancos da rocha canalizam o ar cantante.
A multidão estua de esperança.
O Mestre, como se se alongasse,
penetrando em todas as mentes, exclama, vigoroso:
"-Bem-aventurados os mansos,
porque eles herdarão a terra!"
* * *
A terravsempre pertenceu aos
poderosos que aliciam a impiedade à astucia, e podem esmagar, tripudiando sobre
os tímidos e brandos.
Os discípulos se entreolham...
Mas a brandura é a auréola da
paz, a irmã do equilíbrio.
Os herdeiros da terra recebem-na
ensanguentada, um oceano juncado de cadáveres; legatários também, todos eles,
do ódio e da repulsa dos dominados.
Os brandos são os possuidores da
terra que ninguém arrebata, do lar que ninguém corrompe, do país onde abundam
bens e as messes são fecundadas.
"Herdarão a terra!"
* * *
A tarde serena e calma
apresenta-se transparente.
Ignotas vibrações produzem
musicalidade na tela imensa da paisagem colorida e ondulada.
A palavra do Mestre, expressiva,
entoa mais um tema da Sinfonia Incomparável:
"-Bem-aventurados os que têm
fome e sede de justiça, porque eles serão fartos!"
Fome e sede de justiça!
A caravana dos criminosos não
julgados é infinita e inacabada.
Os carros dos guerreiros e
vândalos passam velozes sobre cidades vencidas, órfãos e viúvas ao abandono.
A injustiça veste os corações, e
a indiferença dos legisladores como dos governantes é quase conivência.
O mundo arde em sede de justiça.
O homem tomba esfaimado às portas
da Justiça.
Todavia, os desvairados retornam
aos antigos passos, reencarnando imolados à loucura e estigmatizados pela
crueldade.
Felizes os que experimentaram suas
atrocidades.
Há uma esperança que é vida, para
sedentos e esfaimados.
Feridas à vista, feridas do
coração, feridas ignoradas clamando lenitivo à justiça do amor.
O homem amargurado às portas da
Verdade.
A verdade descendo ao homem,
esclarecendo-o e pacificando-o.
Renascendo para resgatar,
recomeçando para acertar, repetindo as experiências para aprender.
Justiçado pela consciência,
corrigido pelo amor, preparado para a libertação.
"Serão saciados!"
* * *
Seguro equilíbrio asserena a
multidão.
Jesus é o hífen de luz entre os
mundos em litígio: o espiritual e o material - o lugar comum.
As criaturas na montanha se
acercam umas das outras, se entreolham, se identificam.
Envolvendo todos num expressivo
olhar de compaixão e entendimento, Jesus elucida:
"- Bem-aventurados os
misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia!"
A misericórdia que se doa é luz
que se atira no próprio caminho; amor que se dilata pela trilha onde todos
seguem.
A terra é vulcão de ódios e o
crime parece um gás letal que envenena ou enlouquece.
A guerra é hidra cruenta sempre
"Viver cada um para
si", é filosofia chã de expansão fácil.
No entanto, só a piedade redime o
criminoso quanto a reeducação o capacita para a vida.
A misericórdia é o antídoto do
ódio, voz da inteligência dialogando e vencendo o instinto.
A misericórdia do Pai concede a
oportunidade do renascimento no reduto do crime para a reabilitação do precito.
Perdão, que é ato de nobilitação,
moeda de engrandecimento intransferível.
Misericórdia, que é amor,
socorrendo e ajudando sem fastio.
"Alcançarão
misericórdia!"
* * *
Alteram-se as expressões da
Verdade.
Não se trata de uma litania.
A ode atinge o clímax.
Jesus exclama, com eloquente
alegria:
"-Bem-aventurados os limpos
de coração, porque eles verão a Deus!"
Há um estado de quase êxtase.
Um delírio percorre a massa antes
amorfa e desconexa.
Já não se podem reter as
lágrimas.
Limpar o coração, nascente dos
sentimentos, para ver a Deus.
Sob o fardo das iniquidades,
despedaça-se a esperança.
Chafurdadas por imundícies as origens
lustrais do amor se convertem em sorvedouro pestilencial.
Abrir os olhos do sentimento para
ver o que a inteligência sonha e não alcança.
Alçar voo à inocência e
sintonizar com a Verdade sem retórica, em harmonia sem interrupção para haurir
vida, fruir a visão de Deus.
Transcendência inatingível,
humanizá-lO para o órgão da vista registar, seria espezinhar a aspiração de
perfeita identidade com Ele, quando Imanente em todo lugar é invisível em toda
parte...
Causa Incausada não se pode
condensá-la no raio luminoso que produz a imagem ilusória que os átomos
apresentam.
Desejando o finito reter o
Infinito, tem este finito pervertido e maculado o coração...
Mas amar a relva, o homem, o céu,
o animal, o inseto, a vida em todas as manifestações, integrar-se na essência
da substância divina, coração aberto ao amor, com pureza em tudo.
"Verão a Deus!"
* * *
Logo prossegue o Mestre, como a
completar o augusto ensino, antes que a incompreensão assole:
"-Bem-aventurados os
pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus!"
Esparzir a paz, enquanto o
pensamento geral é tumultuar a tranquilidade.
Herdarão a terra os filhos de
Deus, porque estes, mansos e cordatos, serão brandos de coração.
Brandura que é coragem de
enfrentar o forte, sem o temer, submeter-se sem ceder ao império da força,
dominar a ira e vencer-se para pacificar.
Quantas vezes o Mestre fora de
energia sem limite ante a hipocrisia e a maldade, conservando austeridade sem
violência, e firmeza de ação sem mesclas
de ódio, vigor, não dureza, força moral, não desequilíbrio emocional!
Expor sem impor.
Clarear as mentes sem as subornar
ou submeter, conduzir sem escravizar.
Todos os homens têm necessidade
da brandura, amam e precisam do amor, identificam e não dispensam a bondade,
conhecem e são ávidos de pacificação.
Os poderosos passam e as sombras
dos tempos envolvem-nos.
Ficarão com eles e conosco a paz
que lhes outorgamos, a cordura com que os recebemos, a benevolência com que os
tratarmos, embora nos espezinhem e firam...
"Herdeiros a terra",
"filhos de Deus!..."
* * *
E num átimo de minuto, eternidade
além do tempo, infinito além do espaço, conclui, afetuoso, Jesus:
"-Bem-aventurados os que
sofrem perseguição por causa da Justiça, porque deles é o Reino dos Céus!"
A ventura não é doação gratuita como
a paz não se revela adorno vão.
O sofrimento consequente à
perseguição é dádiva que recama o espírito de paz, prodigalizando a ventura.
O perseguidor é infeliz
infelicitador.
Enfermo, faz-se calceta.
Desvairado, alicia os sequazes do
próprio primitisvismo em que se enfurna e com que investe.
Em todas as épocas a honra sofre
labéus e experimenta vitupérios.
Os heróis da verdade silenciam no
potro a vibração do corpo que padece, enquanto o apuro ruge em ensurdecedora
zombaria.
A Justiça tem seus mártires que
fecundam a terra safara para a primícia da verdade.
"Deles é o Reino dos
Céus", que inocentes sofreram por fidelidade à Justiça Divina.
* * *
A túnica de luz solar é uma coroa
nos cabeços elevados dos montes além, exuberantes no entardecer.
Lá embaixo, na campina ampla, a
claridade baila nas sombras do arvoredo, e no Ocaso resplende o festival
glorioso do crepúsculo em delineamento.
A respiração entrecortada em
todos os peitos por surdas exclamações, e a pulsação arritmia enregela os
corpos em tensão.
Ele parece afagar a multidão e no
gesto que imprime com os braços abertos e as mãos como asas de luz prestes a
desferirem voo, clama:
"-Bem-aventurados sois vós,
quando vos injuriarem, e perseguirem, e mentindo disserem todo o mal contra vós
por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque grande é o vosso galardão nos
céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós!"
O sacrifício como coroamento a
fé, em testemunho à convicção.
Dar direito aos outros de
errarem, não se permitir, porém, errar.
Ser puro, sem aparatos de externa
pureza.
Mentindo, os agressores
perseguirem; tranquilo, o agredido permanecer inatingível.
A lama da mentira não enodoa o
alvinitente da pureza.
Mãos limpas de crimes; coração
puro; espírito reto.
Os vanguardeiros da verdade
encontram-se tão empenhados na chicana. Não se lembram de defender a honra.
Não recordam de justificar os
atos que as conveniências humanas, mordazes, apupam.
Estão a serviço da Causa do
Cristo, estendendo as dimensões imensuráveis do amor. Sua abnegação e conduta
falam mais expressivamente do que suas palavras.
Sua honra é o vero labor; sua
defesa e argumentos, o silêncio, - respostas dos "perseguidos que foram
antes"...
Exultam na gleba da retidão,
fazendo o que devem, e não o que lhes convém fazer.
A glória dos lutadores é a honra
do serviço, e sua auréola o suor do dever.
"-Exultai! Alegrai!"
Já não há dúvidas, àquela hora.
Toda a epopéia da Humanidade
canta no sermão do monte.
O amor em sua mais alta expressão
aí tem sua fonte inexaurível e eterna.
* * *
Perpassam no aros aromas da
Natureza w o vento da tarde entoa solaus onomatopaicos.
A pausa se alonga.
As emoções explodem em festa de
paz e esperança.
E Ele prossegue...
Novas hipérboles e hipálages
expressam os exórdios candentes da Verdade como mil vozes em harmonia numa só
voz nunca ouvida.
"... Sois o sal da Terra...
"Sois a luz do mundo...
"Não cuides que vim destruir
a lei...
"Ide reconciliar-vos
adultério, nem escandalizeis...
"Não jureis...
"Não resistais ao mal...
"Amai ao vosso próximo, aos
vossos inimigos...
"Sêde perfeitos...
"Orai assim: Pai nosso que
estais nos Céus...
"Não ajunteis tesouros na
terra..."
O céu resplandece no ouro do
poente.
Miríades de sons se elevam na
sinfonia do entardecer.
Aconchegados, tocam-se alguns da
multidão como a se ampararem uns nas fraquezas dos outros, em união e
identidade.
O poema prossegue vibrante.
Não há tempo a perder.
..."Ninguém pode servir a
dois senhores...
"Olhai os lírios dos campos
e as aves do céu...
"Buscai primeiro o Reino dos
Céus e sua Justiça...
"Não julgueis...
"Pedi e dar-se-vos-á...
"Buscai e encontrareis...
"Batei e abrir-se-vos-á...
"Entrai pela porta
estreita...
"Acautelai-vos contra os
falsos profetas..."
Recama-se o infinito de astros.
Tremeluz o poente.
Um grande silêncio se abate sobre
a montanha.
A multidão, abalada, se movimenta
em dispersão.
Os corações estão em festa e em
dor... As mentes-ardem em febre estranha.
O futuro os aguarda.
Não muito longe, o amanhã
convidará todos aqueles ouvintes ao testemunho em postes e presídios, entre
feras, nos campos de batalha do mundo, nos sórdidos pavimentos da aflição, como
herdeiros legítimos do Reino de Deus.
Diante dos olhos do Rabi se
desenham as cenas das lutas sangrentas pelos séculos em fora, para a
implantação daqueles ensinos no mundo.
Jesus desceu o monte, seguiu
adiante, enquanto alguns murmuram sobre Sua autoridade.
É quase noite.
Os astros cintilam
expressivamente, como testemunhas silenciosas sempre presentes.
* * *
A Carta Magna foi apresentada. As
Boas Novas foram cantadas aos ouvidos dos séculos.
O sermão da montanha são o alfa e
o ômega da Doutrina de Jesus.
Nenhum cristão poderá por
ignorância cultivar o mal.
Jamais se repetirá.
O fasto ficará assinalado para
todo o sempre.
A História concluirá o canto nos
confins da eternidade, no reencontro futuro do homem redimido com o Filho do
Homem, redentor.
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