sábado, 23 de julho de 2011

Adolescência e vida

Adolescência e vida

Á medida que a Ciência e a tecnologia ampliaram os horizontes do conhecimento humano, proporcionando comodidades e realizações edificantes que favorecem o desenvolvimento da vida, vêm surgindo audaciosos conceitos comportamentais que pretendem dar novo sentido à existência humana, conseqüentemente derrapando em abusos intoleráveis que conspiram contra o desenvolvimento moral e ético da sociedade.

Nesse sentido, as grandes vítimas da ocorrência são os jovens que, imaturos, se deixam atrair pelos disparates das sensações primárias, comprometendo a existência planetária, as vezes, de forma irreversível.

Dominados pelos impulsos naturais do desenvolvimento físico antes do mesmo fenômeno na área emocional encontram, nas dissipações que se permitem, expressões vigorosas de prazer que os anestesiam ou os excitam até à exaustão, levando-os ao desequilíbrio e ao desespero. Quando cansados ou inquietos tentam fugir da situação, quase sempre enveredando pelo abuso do sexo e das drogas, que se associam em descalabro cruel, gerando sofrimentos inqualificáveis.

O único antídoto, porém, ao mal que se agrava e se irradia em contágio pernicioso, é a educação. Consideramos, porém, a educação no seu sentido global, aquela que vai além dos compêndios escolares, que reune os valores éticos da família, da sociedade e da religião. Não porém de uma religião convencional, e sim, que possua fundamentos científicos e filosóficos existenciais estribados na moral vivida e ensinada por Jesus.

Nesse sentido, a preocupação do pensamento espiritual é antiga, porqüanto o Eclesiastes preconiza, no seu capítulo 11º, versículo 9: Alegra-te, mancebo, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a Juízo. A advertência saudável ao jovem é um convite ao comportamento moral equilibrado, de forma que a sua mocidade esteja em alegria e pureza, a fim de evitar comprometimentos infelizes.

Mais adiante, no capítulo 11º, versículo 10, volta o mesmo livro a advertir: Afasta, pois, a ira do teu coração e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade.

Certamente vãos são os momentos de ilusão e engano, muito comuns no período juvenil, quando os sonhos e as aspirações se confundem com falsas necessidades de realização humana, que exige sacrifício, dedicação, estudo e comportamento dignificante.

Seguindo o mesmo comportamento, o Apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo (1-4:12) propôs: Ninguém despreze a tua mocidade mas torna-te o exemplo dos fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.

De grande atualidade, a determinação paulina tem caráter de terapia preventiva contra os males que hoje predominam no organismo social, se considerarmos que é comum notar-se a presença do progresso em muitas cidades, pelo número e o luxo dos bordéis que se encontram no limite da sua periferia urbana.

Torna-se urgente o compromisso de um reestudo por parte dos pais e educadores em relação à conduta moral que deve ser ministrada às gerações novas, a fim de evitar a grande derrocada da cultura e da civilização, que se encontram no bordo mais sombrio da sua história.

Esse investimento, que não pode tardar, é de vital importância para a construção da nova humanidade, partindo da criança e do adolescente, antes que os comprometimentos de natureza moral negativa lhes estiolem os ideais de beleza e de significado que devem possuir em relação à vida.

O estado de infância e de juventude são relevantes para o Espírito em crescimento, razão pela qual, dentre os animais, o ser humano é o que o tem mais demorado, quando se lhes fixam os caracteres, os hábitos e se delineiam as possibilidades de enriquecimento para o futuro.

O ser humano é essencialmente resultado da educação, carregando os fatores genéticos que o compõem como conseqüência das experiências anteriores, em reencarnações transatas. Modelá-lo sempre, tendo em vista um padrão de equilíbrio e de valor elevado, faculta-lhe o desenvolvimento dos valores que lhe dormem latentes e se ampliam possibili­tando a conquista da meta a que se destina, que é a perfeição.

A criança e o adolescente, no entanto, que se apresentam ingênuos, puros, na acepção de desconhecimento dos erros, nem sempre o são em profundidade, porqüanto o Espírito que neles habita é viajor de longas jornadas, em sucessivas experiências, nas quais nem sempre se desincumbiu com o valor que seria esperado, antes contraindo débitos que devem ser ressarcidos na atual existência. Em razão disso, torna-se necessária e indispensável a educação no seu sentido mais amplo e profundo, de maneira que lhes sejam lícitos a libertação dos vícios anteriores e a aquisição de novos valores que os contrabalancem, superando-os.

Cuidar de infundir-lhes costumes sãos desde os primeiros dias da existência física, porqüanto a tarefa da educação começa no instante da vida extra-uterina, e não mais tarde, quando o ser está habilitado para a instrução.

Para esse formoso mister são indispensáveis o amor, o conhecimento e a disciplina, de maneira que se lhes insculpam no fino as lições que os acompanharão para sempre.

Joanna de Ângelis, do livro "Adolescência e Vida" psicografado por Divaldo Franco


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Feed de Artigos do Blog - Doutrina Espírita

Perguntas - respostas para o e-mail solicitado