quarta-feira, 23 de março de 2011

Considerações sobre a infância (5)

A infância é a fase em que se está mais acessível às impressões recebidas. Nesse período, o espírito não tem acesso à memória anterior, o contato com as tendências cristalizadas está tolhido e o poder de decisão (livre arbítrio) está restrito.

“Não temos, é certo, durante a vida corpórea, lembrança exata do que fomos e do que fizemos em anteriores existências; mas temos de tudo isso a intuição, sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado. E a nossa consciência, que é o desejo que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, nos concita à resistência àqueles pendores.”
(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Q. 393)

“Mergulhando na vida corpórea, perde o Espírito, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as cobrisse. Todavia, conserva algumas vezes vaga consciências, lhe podem ser reveladas. Esta revelação, porém, só os Espíritos superiores espontaneamente lhe fazem, com um fim útil, nunca para satisfazer a vã curiosidade.”
(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, 4º parágrafo, Q. 399)

“É tão desenvolvido, quanto o de um adulto, o Espírito  que anima o corpo de uma criança?– Pode até ser mais, se mais progrediu. Apenas a imperfeição dos órgãos infantis o impede de se manifestar. Obra de conformidade com o instrumento de que dispõe.”
(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Q. 379)

“O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade, desde que a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não está nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram.”
(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Q. 382)

 “Há liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário.”
(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Q. 844)

“Já não é senhor do seu pensamento aquele cuja inteligência se ache turbada por uma causa qualquer e, desde então, já não tem liberdade.”
(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Q. 847)


“A lei civil as absorve de seus crimes, porque, diz ela, obraram sem discernimento. Tem razão a lei, porque, de fato, elas obram mais por instinto do que intencionalmente. Donde, porém, provirão instintos tão diversos em crianças da mesma idade, educadas em condições idênticas e sujeitas às mesmas influências? Donde a precoce perversidade, senão da inferioridade do Espírito, uma vez que a educação em nada contribuiu para isso? As que se revelam viciosas, é porque seus Espíritos muito pouco hão progredido. Sofrem então, por efeito dessa falta de progresso, as conseqüências , não dos atos que praticam na infância, mas dos de suas existências anteriores. Assim é que a lei é uma só para todos e que todos são atingidos pela justiça de Deus”
(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Q. 199, item a)

“Na  infância,  porque  ainda  em  fase  complementar  da  reencarnação,  o Espírito desfruta relativa  liberdade, que  lhe permite mais amplo contato com a realidade  causal,  aquela  que  diz  respeito  ao mundo  de  onde  procede.  Esse lugar  permanece  acessível  ao  seu  trânsito,  e  as  impressões mais  fortes  que dele são trazidas se exteriorizam pelo corpo físico.”
(Adolescência e Vida – cap. 20 – Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo P. Franco)

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