terça-feira, 30 de novembro de 2010

Fases do desenvolvimento da criança segundo Piaget

Desenvolvimento da Criança

Para trabalhar com crianças, em primeiro lugar, o dirigente precisa conhecer alguns aspectos básicos de cada momento de seu desenvolvimento para compreender suas diferentes reações frente as atividades propostas e poder adequar as atividades para o nível de desenvolvimento de cada criança.
Segundo Piaget o desenvolvimento intelectual da criança se efetiva por estágios ou fases sucessivas e constantes, o que não exime a existência de diferenças individuais, pois cada criança pode alcançá-los em épocas diferentes.

                Fases do desenvolvimento:

ü De 1,5 a 2 anos
A criança nesta idade já possui vocabulário capaz de definir suas necessidades, apesar das palavras não serem ditas com clareza, seu desenvolvimento psicomotor ainda é bastante limitado mas é capaz de descer uma escada engatinhando para trás, subir escadas de pé sozinho segurando o corrimão.
Corre desajeitadamente, caminha para trás, chuta uma bola, come com uma colher, arremessa sem direção definida, é capaz de saltar se estiver segura pelas mãos.
Imagina coisas que não pode ver, vira as figuras de maneira correta (de cabeça para cima), constrói torres de 3 ou 4 blocos, ajuda a despir-se, localiza sons em outra sala, aponta para partes do corpo e consegue associar banheiro a defecação e micção.
Não possui concentração para uma atividade prolongada, conseguindo concentrar-se apenas por alguns minutos em uma única atividade.

ü De 2 a 3  anos
 Nesta idade já possui vocabulário mais claro, não balbucia, consegui combinar 3 a 5 palavras para expressar seus sentimentos, já verbaliza suas ações, diz o nome de algumas partes do corpo.
Já consegue dizer o nome de uma cor, entende as palavras de localização (cima, baixo, lado, fora, dentro, sobre, por cima e debaixo), discrimina quente de frio, quer tomar líquidos em copos, não mais em mamadeira. Avisa quando quer ir ao banheiro, mas tarde demais, pois só faz a conecção quando está ocorrendo sua necessidade; conhece seu próprio sexo.
Consegue fazer cópias de linhas verticais e horizontais, seus desenhos e pinturas são rabiscados, podendo começar devagar e em espaço limitado e depois de uma hora para outra risca todo o espaço do papel. Consegue dizer o que desenhou.
Nesta idade já consegue arremessar objetos em uma direção definida, ao caminhar ou correr para subitamente ou muda de direção sem ser esperado.
Desce escadas sozinhas, segurando pelo corrimão, salta sozinha de maneira desajeitada, anda de velocípede, agarra uma bola grande com ambas as mãos, come com garfo, constrói torres de 6 a 8 blocos, despeja líquidos em vasilhas e já é capaz de picotar papel com suas mãos.
Sua concentração em uma única atividade não passa dos 15 minutos, não devendo ser as atividades propostas muito longas, deve-se fazer várias atividades curtas para prender sua atenção.
  
ü De 3 a 4  anos
 Inicia-se o desenvolvimento da função simbólica que é a base para a aquisição da linguagem. A atividade motora está em primeiro plano, imita facilmente os movimentos; o equilíbrio se desenvolve.
Aos quatro anos pula em um pé só, aprende a vestir-se, a abotoar, a amarrar os sapatos.
Desde os três anos é capaz de executar jogos de encaixe, construção de torres, recortar papel com dedos e manipular massas. Com o lápis faz rabiscos em todos os sentidos.
Aos quatro, é capaz de copiar uma figura geométrica simples. À vezes seus desenhos são reconhecíveis, pode usar uma tesoura sem ponta.
Pode compreender a necessidade de fazer bem feito o que é preciso. Seu vocabulário passa de mil para quase duas mil palavras; mantém conversas longas e usa muito o “eu” (fase do egocentrismo – tudo acontece ao meu redor, tudo é meu); faz muitas perguntas pois tem curiosidade em descobrir o mundo que o cerca.
Seu pensamento é mais consecutivo e combinatório que sintético, gosta de produzir histórias através da dramatização, sendo que neste não mantém o mesmo papel por muito tempo.
Mistura ficção e realidade, usa muita fantasia e encontra pretextos com muita facilidade.
Apesar de ser muito egocêntrica, já prefere realizar jogos em grupo, mesmo que pequenos; tem um maior número de contatos sociais, mostra consideração pelos colegas, sua colaboração é pequena.

 ü 5 anos
 A exploração sensorial e motora prossegue com facilidade aumentada, pode pular corda, patinar, andar de bicicleta, subir na mesa e saltar para o chão, trepar em árvores. Tem facilidade para aprender a dançar, adquire maior controle corporal.
Maneja o lápis com segurança e decisão, desenha formas sem relação entre si, mas descobre o valor representativo do desenho, começando a utiliza-lo como expressão do pensamento.
Descobre a capacidade de controlar a atividade pelo pensamento, aumenta a conscientização, a idéia precede a execução. Apega-se ao realismo, aumenta a capacidade de atenção. Pode guardar seus brinquedos de forma ordenada, sendo mais responsável.
O sentido de tempo se desenvolve. É capaz de fazer comparações, percepção de ordem, forma e detalhe.
A linguagem é importante fator de contribuição ao desenvolvimento social, intelectual e emocional. As perguntas diminuem, porém são mais sérias. Distingue a suas mãos direita e esquerda.
Não tem raciocínio lógico, pode ter a representação de percepções e de ações, pode interioriza-las, porém elas continuam no concreto. Tem apenas o pensamento intuitivo, ante o que ignora, liga as coisas à sua própria experiência ou às próprias explicações dos adultos.
Torna-se mais sociável, os desejos dos colegas começam a ser tomados mais em consideração, mas ela ainda está em primeiro lugar.
Já tem sentido de grupo, aparece a regra na brincadeira, sendo combinado previamente, isso contribui para a socialização.
Quando as crianças não estão de acordo, preferem resolver suas diferenças a seu modo, sendo dispensado a interferência dos adultos.

 ü 6  anos
 A atividade é constante, tem maior controle sobre os pequenos músculos, tem consciência da mão como instrumento.
Tem maior desenvolvimento motor e melhor percepção visual e auditiva. Gosta de jogos tumultuosos, procura superar suas possibilidades motoras, saltar o mais alto que pode, quer correr mais que todos, constrói torres maiores que sua altura, experimenta usar ferramentas ou costurar com pontos largos.
É muito ativa, o ritmo está bem desenvolvido.
Há grande expansão do desenvolvimento intelectual, certo nível de maturidade é atingido e adquire conhecimentos variados.
Seus processos intelectuais ainda são concretos, mas começa a perceber símbolos semi-abstratos e começa a deduzir.
Gosta de explorar todos os materiais, quer fazer tudo, porém há mais atividades que realizações. Recorta, picota, vê livros, modela com bastante prazer.
É capaz de assumir seus atos, mas sempre encontra uma maneira de se desculpar. Tem consciência da bondade e da maldade em si e em seus atos.
Está no ponto de adquirir habilidades necessárias para a aprendizagem da leitura e da escrita.
Consegue organizar-se em grupos cada vez maiores, é muito sociável. Não quer parecer diferente do grupo.
É sensível ao estado emocional e tensão de outras pessoas, principalmente dos pais.
Precisa de normas para dirigir sua conduta. Não trata bem os irmãos e colegas sem a supervisão dos adultos.
Gosta de brincar em grupos, mas tem ciúme dos amigos. Gosta de ser elogiada. É mais fácil conseguir dela um comportamento adequado atravé3s do estímulo do que pela censura.

 ü De 7 a 11  anos
Vai deixando gradualmente o egocentrismo, o seu pensamento é mais organizado, sendo capaz de pensar no todo e nas partes deste.
Percebe a igualdade (reciprocidade), ganha precisão na comparação de objetos reais.
As operações são concretas em cima de objetos reais, não sendo capaz de lidar com hipóteses.
Começa a trabalhar com o ausente, mas partindo do concreto, o raciocínio lógico parte de um objeto real.
Os pequenos músculos já estão controlados. Continua muito ativa, tem o intelecto mais desenvolvido.

 ü De 12 anos a idade adulta.
 É capaz de raciocinar através de hipóteses verbais, a realidade torna-se secundária em relação a possibilidades (o real fica subordinado ao possível). Usa a dedução lógica.
Na adolescência o indivíduo manifesta um último tipo de egocentrismo. Ela atribui grande poder ao seu pensamento, julgando, muitas vezes, que somente ele está certo.
A inteligência reflexiva já está acabada.

Observadão do IP: Essa divisão segundo Piaget auxilia o evangelizador no momento de desenvolver atividades para as crianças. Ela em nenhum momento identifica a individualidade espiritual do ser reencarnante. Portanto, é uma ferramenta para o trabalhador espírita conseguir levar uma atividade adequada a cada idade da criança.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Feed de Artigos do Blog - Doutrina Espírita

Perguntas - respostas para o e-mail solicitado