Tema : Lar e Divórcio
Pelo Espírito Emmanuel.
Livro Encontro Marcado.
Livro Encontro Marcado.
Psicografia de
Francisco Cândido Xavier.
Toda perturbação no lar, frustando-lhe a viagem
no tempo, tem causa específica. Qual acontece ao comboio, quando estaca
indebitamente ou descarrila, é imperioso angariar a proteção devida para que o
carro doméstico prossiga adiante.
No transporte caseiro, aparentemente ancorado na estação do cotidiano (e dizemos aparentemente, porque a máquina familiar está em movimento e transformação incessantes), quase todos os acidentes se verificam pela evidência de falhas diminutas que, em se repetindo indefinidamente, estabelecem, por fim, o desastre espetacular.
No transporte caseiro, aparentemente ancorado na estação do cotidiano (e dizemos aparentemente, porque a máquina familiar está em movimento e transformação incessantes), quase todos os acidentes se verificam pela evidência de falhas diminutas que, em se repetindo indefinidamente, estabelecem, por fim, o desastre espetacular.
Essas falhas, no entanto, nascem do comportamento dos mais interessados na sustentação do veículo ou, propriamente, do marido e da mulher, chamados pela ação da vida a regenerar o passado ou a construir o futuro pelas possibilidades da reencarnação no presente, falhas essas que se manifestam de pequeno desequilíbrio, até que se desencadeie o desequilíbrio maior.
Nesse sentido, vemos cônjuges que transfiguram
conforto em pletora de luxo e dinheiro, desfazendo o matrimônio em facilidades
loucas, como se afoga uma planta por excesso de adubo, e observamos aqueles outros
que o sufocam por abuso de sovinice; notamos os que arrasam a união conjugal em
festas sociais permanentes e assinalamos os que a destroem por demasia de
solidão; encontramos os campeões da teimosia que acabam com a paz em família,
manejando atitudes do contra sistemático, diante de tudo e de todos, e identificamos
os que a exterminam pelo silêncio culposo, à frente do mal; surpreendemos os
fanáticos da limpeza, principalmente muitas de nossas irmãs, as mulheres,
quando se fazem mártires de vassoura e enceradeira, dispostas a arruinar o
acordo geral em razão de leve cisco nos móveis, e somos defrontados pelos que
primam no vício de enlamear a casa, desprezando a higiene.
Equilíbrio e respeito mútuo são as bases do
trabalho de quantos se propõem garantir a felicidade conjugal, de vez que,
repitamos, o lar é semelhante ao comboio em que filhos, parentes, tutores e
afeiçoados são passageiros.
Alguém perguntará como situaremos o divórcio nestas
comparações. Divorciar, a nosso ver, é deixar a locomotiva e seus anexos. Quem
responde pela iniciativa da separação decerto que larga todo esse instrumental
de serviço à própria sorte e cada consciência é responsável por si. Não
ignoramos que o trem caseiro corre nos trilhos da existência terrestre, com
autorização e administração das Leis Orgânicas da Providência Divina e, sendo
assim, o divórcio, expressando desistência ou abandono de compromisso, é decisão
lastimável, conquanto às vezes necessária, com raízes na responsabilidade do
esposo ou da esposa que, a rigor, no caso, exercem as funções de chefe e
maquinista.
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