Continução do
livro "A Religião dos Espíritos" , pelo espírito de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier
Reunião pública de 9/1/59
Questão nº 358
Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam
a opinião.
Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais...
Furtos espetaculares que inspiram vastas medidas de vigilância...
Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam a
guerra de nervos, em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de
ignorância e deliquência, erguem-se cárceres e fundem-se algemas, organiza-se o
trabalho
forçado e em algumas nações a própria lapidação de infelizes é
praticada na rua, sem qualquer laivo de compaixão.
Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade
com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza...
Crime estarrecedor, porque a vitima não tem voz para suplicar
piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.
Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes
determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que
possam sorrir para a bênção da luz.
Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação
do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e
entenebrece o caminho! Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do
próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da
Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro, e, se não há
legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio, nos recintos
familiares ou na sombra da noite, os olhos divinos de Nosso Pai vos contemplam
do Céu, chamando-vos, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se vos
expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes.