CAP
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VER-
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SÍCULO |
NOME LIVRO
|
ITEM LIVRO
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PAG
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XII
|
35
|
37
|
Elucidações
Evangélicas
|
459
|
|
XII
|
38
|
40
|
O Evangelho segundo
o Espiritismo
|
Preces pagas
|
363
|
XII
|
38
|
40
|
Elucidações
Evangélicas
|
461
|
|
XII
|
41
|
42
|
O Evangelho segundo
o Espiritismo
|
O óbolo da viúva
|
215
|
XII
|
41
|
44
|
Elucidações
Evangélicas
|
469
|
|
XIII
|
1
|
37
|
Até o fim dos
tempos
|
Os sinais do
sofrimento
|
120
|
XIII
|
1
|
27
|
Parábolas e Ensinos
Evangélicos
|
Os sinais dos
tempos
|
249
|
XIII
|
1
|
13
|
Elucidações
Evangélicas
|
470
|
|
XIII
|
14
|
20
|
Elucidações
Evangélicas
|
473
|
|
XIII
|
21
|
23
|
Elucidações
Evangélicas
|
477
|
|
XIII
|
21
|
22
|
O Evangelho segundo
o Espiritismo
|
Haverá falsos
cristos e falsos profetas - cap. XXI
|
318
|
XIII
|
24
|
27
|
Elucidações
Evangélicas
|
478
|
|
XIII
|
28
|
31
|
Elucidações
Evangélicas
|
480
|
|
XIII
|
32
|
37
|
Elucidações
Evangélicas
|
482
|
|
XIII
|
5
|
6
|
O Evangelho segundo
o Espiritismo
|
Haverá falsos cristos
e falsos profetas - cap. XXI
|
318
|
XIV
|
1
|
9
|
Elucidações
Evangélicas
|
497
|
|
XIV
|
10
|
16
|
Elucidações
Evangélicas
|
501
|
|
XIV
|
17
|
26
|
Elucidações
Evangélicas
|
505
|
|
XIV
|
22
|
25
|
Parábolas e Ensinos
Evangélicos
|
A ceia pascoal
|
256
|
XIV
|
27
|
31
|
Elucidações
Evangélicas
|
511
|
|
XIV
|
32
|
42
|
Elucidações
Evangélicas
|
513
|
|
XIV
|
43
|
52
|
Elucidações
Evangélicas
|
517
|
|
XIV
|
47
|
Até o fim dos
tempos
|
A espada e a cruz
|
143
|
|
XIV
|
53
|
65
|
Elucidações
Evangélicas
|
520
|
|
XIV
|
66
|
72
|
Elucidações
Evangélicas
|
523
|
domingo, 22 de julho de 2012
Passagens do Evangelho de Marcos - relação de obras espíritas - Parte V
terça-feira, 17 de julho de 2012
A ÚLTIMA CEIA
Continuação da leitura do Livro "Boa Nova" de Humberto de Campos psicografada por Chico Xavier
Reunidos os discípulos em
companhia de Jesus, no primeiro dia das festas da Páscoa, como de outras vezes,
o Mestre partiu o pão com a costumeira ternura. Seu olhar, contudo, embora sem
trair a serenidade de todos os momentos, apresentava misterioso fulgor, como se
sua alma, naquele instante, vibrasse ainda mais com os altos planos do
invisível.
Os companheiros comentavam
com simplicidade e alegria os sentimentos do povo, enquanto o Mestre meditava
silencioso.
Em dado instante, tendo-se
feito longa pausa entre os amigos palradores[1], o
messias acentuou com firmeza impressionante.
– Amados, é chegada a hora
em que se cumprirá a profecia da Escritura. Humilhado e ferido, terei de
ensinar em Jerusalém a necessidade do sacrifício próprio, para que triunfe
apenas uma espécie de vitória, tão passageira quanto as edificações do egoísmo
ou do orgulho humano. Os homens têm aplaudido, em todos os tempos, as tribunas
douradas, as marchas retumbantes dos exércitos que se glorificaram com despojos
sangrentos, os grandes ambiciosos que dominaram à força o espírito inquieto das
multidões; entretanto, eu vim de meu Pai a fim de ensinar como triunfam os que
tombam no mundo, cumprindo um sagrado dever de amor, como mensageiros de um
mundo melhor, onde reinam o bem e a verdade. Minha vitória é a dos que sabem
ser derrotados entre os homens, para triunfarem com Deus, na divina construção
de suas obras, imolando-se, com alegria, para glória de uma vida maior.
Ante a resolução expressa
naquelas palavras firmes, os companheiros se entreolharam, ansiosos.
O Messias continuou:
– Não vos perturbeis com
as minhas afirmativas, porque, em verdade, um de vós outros me há de trair! ....As
mãos, que eu acariciei, voltam-se agora contra mim. Todavia, minhalma está
pronta para a execução dos desígnios de meu Pai.
A pequena assembleia
fez-se lívida. Com exceção de Judas, que entabulara negociações particulares
com os doutores do Templo, faltando apenas o ato do beijo, a fim de consumar-se
a sua defecção, ninguém poderia contar com as palavras amargas do Messias.
Penosa sensação de mal-estar se estabelecera entre todos. O filho de Iscariote
fazia o possível por dissimular as suas angustiosas impressões, guardado os
companheiros se dirigiam ao Cristo com perguntas angustiadas. – Quem será o
traidor? – Disse Felipe, com estranho fulgor nos olhos.
– Serei eu? – Exclamou
André, ingenuamente.
– Mas, afinal – objetou
Tiago, filho de Alfeu, em voz alta – onde está Deus que não conjura semelhante
perigo?
Jesus, que se mantivera em
silêncio ante as primeiras interrogações, ergueu o olhar para o filho de
Cléofas e advertiu:
– Tiago, faze calar a voz
de tua pouca confiança na sabedoria que nos rege os destinos. Uma das maiores
virtudes do discípulo do Evangelho é a de estar sempre pronto ao chamado da
Providência Divina. Não importa onde e como seja o testemunho de nossa fé. O
essencial é revelarmos a nossa união com Deus, em todas as circunstâncias, É
indispensável não esquecer a nossa condição de servos de Deus, para bem lhe
atendermos ao chamado, nas horas de tranquilidade ou de sofrimento.
A esse tempo, havendo-se o
Messias calado de novo, João interveio, perguntando:
– Senhor, compreendo a
vossa exortação e rogo ao Pai necessária fortaleza de ânimo; mas por que motivo
será justamente um dos vossos discípulos o traidor de vossa causa? Já nos
ensinastes que, para se eliminarem do mundo os escândalos, outros escândalos se
tornam necessários; contudo, ainda não pude atinar com a razão de um possível
traidor, em nosso próprio colégio de edificação e de amizade.
Jesus pousou no
interlocutor os olhos serenos e acentuou :
– Em verdade, cumpre-me
afirmar que não me será possível dizer-vos tudo agora; entretanto, mais tarde,
enviarei o Consolador, que vos esclarecerá em meu nome, como agora vos falo em
nome de meu Pai.
E, detendo-se um pouco a
refletir, continuou para o discípulo em particular:
– Ouve, João. Os desígnios
de Deus, se são insondáveis, também são invariavelmente justos e sábios. O
escândalo desabrochará em nosso próprio círculo bem-amado, mas servirá de lição
a todos aqueles que vierem depois de nossos passos, no divino serviço do
Evangelho. Eles compreenderão que para atingirem a porta estreita da renúncia
redentora hão de encontrar, muitas vezes, o abandono, a ingratidão e o desentendimento
dos seres mais queridos. Isso revelará a necessidade de cada qual firmar-se no
seu caminho para Deus, por mais espinhoso e sombrio que ele seja.
O apóstolo
impressionara-se vivamente com as derradeiras palavras do Mestre e passou a
meditar sobre seus ensinos.
***
As sensações de estranheza
perduravam em toda a assembleia. Jesus, então, levantou-se e, oferecendo a cada
companheiro um pedaço de pão, exclamou:
– Tornai e comei! Este é o
meu corpo.
Em seguida, servindo a
todos de uma pequena bilha de vinho, acrescentou:
– Bebei! Porque este é o
meu sangue, dentro do Novo-Testamento, a confirmar as verdades de Deus.
Os discípulos lhe
acolheram a suave recomendação, naturalmente surpreendidos, e Simão Pedro, sem
dissimular a sua incompreensão do símbolo, interrogou:
– Mestre, que vem a ser
isso?
– Amados – disse Jesus,
com emoção – está muito próximo o nosso último instante de trabalho em conjunto
e quero reiterar-vos as minhas recomendações de amor, feitas desde o primeiro
dia do apostolado. Este pão significa o do banquete do Evangelho, este vinho é
o sinal do espírito renovador dos meus ensinamentos. Constituirão o símbolo de
nossa comunhão perene, no sagrado idealismo do amor, com que operaremos no
mundo até o último dia. Todos os que partilharem conosco, através do tempo,
desse pão eterno e desse vinho sagrado da alma, terão o espírito fecundado pela
luz gloriosa do Reino de Deus que representa o objetivo santo dos nossos
destinos.
Ponderando a intensidade
do esforço a ser empregado e aludindo às multidões espirituais que se conservam
sob a sua amorosa direção fora dos círculos da carne, nas esferas mais próximas
da Terra, o Cristo acrescentou:
– Imenso é o trabalho da
redenção, mesmo porque tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; mas o
Reino nos espera com sua eternidade luminosa!...
Altamente tocados pelas
suas exortações solenes, porém, maravilhados ainda mais com as promessas
daquele reinado venturoso e sem fim, que ainda não podiam compreender
claramente, a maioria dos discípulos começou a discutir as aspirações e
conquistas do futuro.
Enquanto Jesus se
entretinha com João, em observações afetuosas, os filhos de Alfeu examinavam
com Tiago as possíveis realizações dos tempos vindouros, antecipando opiniões
sobre qual dos companheiros poderia ser o maior de todos, quando chegasse o
Reino com as suas inauditas grandiosidades. Felipe afirmava a Simão Pedro que,
depois do triunfo, todos deveriam entrar em Nazaré para revelar aos doutores e
aos ricos da cidade a sua superioridade espiritual. Levi dirigia-se a Tomé e
lhe fazia sentir que, verificada a vitória, se lhes constituía uma obrigação a
marcha para o Templo ilustre, onde exigiriam seus poderes supremos. Tadeu
esclarecia que o seu intento era dominar os mais fortes e impenitentes do
mundo, para que aceitassem, de qualquer modo, a lição de Jesus.
O Mestre interrompera a
sua palestra íntima com João, e os observava. As discussões iam acirradas. As
palavras “maior de todos” soavam insistentemente aos seus ouvidos. Parecia que
os componentes do sagrado colégio estavam na véspera da divisão de uma
conquista material e, como os triunfadores do mundo, cada qual desejava a maior
parte da presa. Com exceção de Judas, que se fechava num silêncio sombrio,
quase todos discutiam com veemência. Sentindo-lhes a incompreensão, o Mestre
pareceu contemplá-los com entristecida piedade.
***
Nesse instante, os
apóstolos observaram que ele se erguia, Com espanto de todos, despiu a túnica
singela e cingiu-se com uma toalha em torno dos rins, à moda dos escravos mais
íntimos, a serviço dos seus senhores. E, como se fossem dispensáveis as
palavras naquela hora decisiva de exemplificação, tomou de um vaso de água
perfumada e, ajoelhando-se, começou a lavar os pés dos discípulos. Ante o
protesto geral em face daquele ato de suprema humildade, Jesus repetiu o seu
imorredouro ensinamento:
– Vós me chamais Mestre e
Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Se eu, Senhor e Mestre, vos lavo os pés,
deveis igualmente lavar os pés uns dos outros no caminho da vida, porque no
Reino do Bem e da Verdade o maior será sempre aquele que se fez sinceramente o
menor de todos.
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