domingo, 12 de maio de 2013

Reencarnação - 1

Palavra Reencarnação é de origem grega - palinginésia - palin «de novo» +génesis, «geração» + -ia >> Doutrina de várias gerações

No Tora hebraica está no vocábulo guilgul >> nascer outra vez >> fazia parte dos ensinamento secretos da doutrina primitiva

A primeira referência à ideia de reencarnação tem no mínimo 2.600 a nos. Aparece nas Upanichades, as escrituras sagradas do hinduísmo.

"Lendo um livro que trata de algumas obras sânscritas, encontrei, numa passagem de um poema chamado Mahabárata, uma exposição da crença desses tempos recuados, e grande foi meu espanto de ali encontrar a reencarnação, doutrina que, para os tempos, parecia ter sido bastante compreendida. Eis o fato que deu lugar ao deus Krischna de explicar ao chefe dos Pandus a teoria dos brâmanes: "A alma colocada num corpo atravessa a juventude, a idade madura, a decrepitude, e passando num novo corpo, nele recomeça seu curso...Vai, pois! e não temas nada; lança sem escrúpulo uma roupagem usada; veja sem terror teus inimigos e teus irmãos deixarem seus corpos perecíveis, e sua alma revestir uma forma nova.." Revista Espírita, agosto de 1862

"O livro dos Vedas (Bagavat Gitá) afirma textualmente: "Assim como se dei­xam as vestes gastas para usar vestes novas, também a alma deixa o corpo usado para revestir novos corpos". (Gabriel Dellane - A Reencarnação - página 18)

"Os egípcios traziam consigo uma ciência que a evolução da época não comportava. Aqueles grandes mestres da antiguidade foram, então, compelidos a recolher o acervo de suas tradições e de suas lembranças no ambiente reservado dos templos, mediante os mais terríveis compromissos dos iniciados nos seus mistérios. Os conhecimentos profundos ficaram circunscritos ao circulo dos mais graduados sacerdotes da época, observando-se o máximo cuidado no problema da iniciação.

A própria Grécia, que aí buscou a alma de suas concepções cheias de poesia e de beleza, através da iniciativa dos seus filhos mais eminentes, no passado longínquo, não recebeu toda a verdade das ciências misteriosas. Tanto é assim, que as iniciações no Egito se revestiam de experiências terríveis para o candidato à ciência da vida e da morte - fatos esses que, entre os gregos, eram motivo de festas inesquecíveis.

Os sábios egípcios conheciam perfeitamente a inoportunidade das grandes revelações espirituais naquela fase do progresso terrestre; chegando de um mundo de cujas lutas, na oficina do aperfeiçoamento, haviam guardado as mais vivas recordações, os sacerdotes mais eminentes conheciam o roteiro que a Humanidade terrestre teria de realizar. Aí residem os mistérios iniciáticos e a essencial importância que lhes era atribuída no ambiente dos sábios daquele tempo." Emmanuel - A Caminho da Luz

"Foi Pitágoras quem introduziu na Grécia a doutrina das vidas sucessivas, que ele aprendera no Egito e na Pérsia" (Gabriel Dellane - A Reencarnação - página 18)

"Platão adotou a idéia pitagórica da Palingenesia. Segundo Platão, "aprender é recordar". (Gabriel Dellane - A Reencarnação - página 20)

"A Escola Neoplatônica de Alexandria ensinava a reencarnação e Plotino e Porfírio falam sobre ela de forma absolutamente clara. (Gabriel Dellane - A Reencarnação - páginas 20 e 21)

"Jâmblico afirma não haver acaso nem fatalidade, mas uma justiça inflexível que regula a existência de todos os seres. Se alguns se veem em meio a aflições, não é em virtude de uma decisão arbitrária da Divindade, mas consequência inelutável das faltas anteriores." (Gabriel Dellane - A Reencarnação - página 21)

Na Grécia antiga, a crença na reencarnação parece ter sido propagada pelos mistérios de Orfeu que, segundo Heródoto, tiveram sua origem no Egito. Alguns estudiosos afirmam que o mito de Perséfone[1] faz referências simbólicas à reencarnação. Ainda na Grécia, os pitagóricos[2] foram os filósofos que procuraram difundir a doutrina do renascimento. A faculdade de se lembrar de vidas passadas era encarada como uma benção concedida por Hermes para os buscadores da luz. Ao que tudo indica, Platão, Pitágoras, Heráclito e Empédocles acreditavam na reencarnação. Platão fala claramente da reencarnação e da possibilidade da recordação dessas memórias quando diz “A alma do homem é imortal e num momento chega ao fim – o que se chama de morte – para nascer outra vez em outro, sem nunca perecer… Compreendemos então que a Alma é imortal -, que nasceu muitas vezes, que viu todas as coisas deste mundo e do Hades e que aprendeu todas as coisas, sem exceção; por isso, não é de se surpreender que ela possa lembrar-se de tudo o que soube antes sobre a virtude e outras coisas”.

Plutarco, que foi sacerdote do templo de Apolo em Delphos, dizia que as pessoas transmigram de vida em vida e que os espíritos superiores (genius) só retornam quando cometem erros especialmente relacionados com os vivos, quando lhes transmitem uma má influência. Já os adeptos do Neoplatonismo da escola de alexandria, como Plotino e outros, falam mais claramente da reencarnação. O Neoplatônico Proclo, por exemplo, fala abertamente da reencarnação e afirma que humanos só retornam como humanos e animais só retornam como animais.

Em Roma, Cícero, o senador Romano, passou a acreditar na reencarnação e pregava que a vida atual estava relacionada às vidas passadas.

Plotino (filósofo grego) diz claramente em suas “Eneades”: “a providência dos deuses assegura a cada um de nós a sorte que lhe convém e que é harmônica com seus antecedentes, conforme suas vidas sucessivas”.

Jâmblico sintetiza assim a doutrina das vidas sucessivas: “Deus a define relativamente às nossas existências sucessivas e à universalidade de nossas vidas. Assim, as penas que nos afligem são, muitas vezes, castigos de um pecado de que a alma se tornou culpada em vida anterior. Algumas vezes, Deus nos oculta a razão delas; não devemos, porém, deixar de atribuí-las à sua justiça”.

"553 d.C., foi convocado em Constantinopla um concílio que seria o V Concílio, na classificação geral, mas o II de Constantinopla, convocado por Justiniano, o Imperador romano (Roma Oriental). O Papa quase perdera a vida por se recusar a comparecer e os demais bispos convocados ali compareceram e votaram sob a pressão do Imperador.

A finalidade apontada seria tratar exclusivamennte de uma controvérsia teológica conhecida como "Três Capítulos", mas, na realidade, Justiniano visava destruir os "origeneístas", partido existente na Palestina, que defendia uma visão teológica contrária à do Imperador: a da preexistência das almas (Entendia ele terem todas as almas surgido no início da Criação, como espíritos angélicos, tendo elas pecado, apesar desta condição, foram obrigadas a sucessivos renascimentos em corpos materiais, a fim de se purificarem). Por esse concílio, ficaram excluídos da fé católica os ensinamentos sobre a preexistência da alma e, por implicação, sobre a reencarnação.

"No ano de 553, o Império Romano estava dividido em duas alas a que tinha como capital Roma no ocidente, e que tinha como capital Bizâncio ou Constantinopla no Oriente. Governava o império romano do oriente Justiniano que fora casado com uma mulher admirável mas que havia tido uma vida muito frívola e irregular, Teodora havia saído de um prostíbulo, segundo a história, casou-se com ele e foi a imperatriz que governou o império, ela conseguiu criar vários problemas para o Vaticano, basta que leiam sua vida. Ela morreu no ano de 548, e havia pedido ao marido que na primeira oportunidade tornasse herética a doutrina da reencarnação, porque ela não desejava voltar para resgatar os erros que ela perpetrara.  Ela tinha tanto horror da sua história, que segundo a história, mandou matar mais de 500 meretrizes do seu tempo, suas colegas de profissão para não ter qualquer herança. E o marido que era por ela apaixonado no ano de 547, impôs ao papa que se transferisse para Constantinopla o papa Virgilio sobre pena de criar um cisma. O papa para acomodar a situação veio, e o imperador exigiu que se fizesse o II Concílio Ecumênico de Constantinopla, que não foi universal. O Papa se opôs, desejou que fosse em Roma, o imperador com as armas ameaçou. E esse concilio começou em 552 e foiem 558. No ano de 553 a tese da reencarnação foi colocada em julgamento, e como ele era muito democrático, ele disse: "Aqueles que votarem contra eu passarei a fio de espada". E ganhou de 3 a 2. A da reencarnação foi considerada doutrina herética.  A partir daí ela foi recusada.... De imediato ele passou a perseguir os reencarnacionistas, e segundo a história matou mais de um milhão naquela época. " Divaldo Franco em entrevista - Reencarnação e a Biblia"





[1] Nos cultos órficos, Dionisio era também amante de Persefone, o deus passava intervalos de tempo na casa da rainha dos mortos, e junto com ela era cultuado nos mistérios orficos como símbolo do renascimento. Conta-se, ainda, que Zeus, o pai da Perséfone, teve amor com a própria filha, sob a forma de uma serpente. Preciosas informações retiradas de antigos textos gregos, citam que Perséfone teve um filho e uma filha com Zeus: Sabázio e Melinoe era de uma habilidade notável, e foi quem coseu Baco na coxa de seu pai. Com Heracles, (Algumas versões citam Zeus ou até mesmo Hades) teve Zagreus, que seria a primeira reencarnação de Dionisio . Perséfone, com Hades, é mãe de Macária, deusa de boa morte.


[2] Dentre os princípios filosóficos que norteavam a escola pitagórica, destacam-se: - a alma é imortal e reencarna-se; - os acontecimentos da história repetem-se em certos ciclos; - nada é inteiramente novo; - todas as coisas vivas são afins; - os princípios da Matemática são os princípios de todas as coisas: o universo se sustenta no equilíbrio dos números.

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